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Eneva (ENEV3) busca parceiros estratégicos para seus ativos renováveis; por que isso pode ser bom?

Um novo parceiro ajudaria a acelerar a expansão de Eneva e ainda contribuiria para amenizar as preocupações do mercado por conta da alavancagem.

Por Ruy Hungria

16 jun 2023, 10:39 - atualizado em 16 jun 2023, 10:39

Eneva (ENEV3) procura parceiros estratégicos para ativos renováveis; por que isso pode ser bom?
Imagem: Unsplash

Nesta semana, a Eneva (ENEV3) comunicou ao mercado o início de um processo de avaliação de potenciais parceiros estratégicos para os seus ativos renováveis, notadamente os ativos solares recém-adquiridos após a compra da Focus e futuros projetos solares e eólicos.

Neste momento de taxa Selic em 13,75% e uma alavancagem de 4,6x dívida líquida/Ebitda, um parceiro do segmento de renováveis ajudaria a reduzir o endividamento, que é uma das maiores preocupações do mercado. 

Mas entendemos que o movimento não seja apenas por conta disso. A partir de 2023, o balanço da companhia já deveria começar a passar por uma redução da alavancagem, dado que o ciclo de investimentos diminuirá e vários ativos começarão a contribuir para os resultados operacionais: Jaguatirica II, Parnaíba V, Celse, Termofortaleza e Futura I. Aliás, no 1T23 a alavancagem já caiu na comparação com o 4T22.

Fonte: Eneva

Ou seja, a situação para a Eneva está longe de ser crítica e não nos parece um movimento desesperado, ainda mais agora, com todos os sinais apontando para uma queda da Selic.

Isso nos leva a acreditar que a maior preocupação está mais relacionada à capacidade de investimentos do que com o endividamento. A depender dos resultados dos próximos leilões, os projetos termelétricos ganharão prioridade na fila de investimentos, e a expansão dos projetos renováveis – parques solares Futura II e III e o parque eólico Santo Expedito – ficaria suspensa por um bom tempo, até que a alavancagem voltasse para níveis confortáveis novamente.

Em entrevista recente, o CFO Marcelo Habibe mencionou que o Capex necessário para colocar de pé esses novos projetos renováveis estaria na casa de R$ 10 bilhões. Nesse sentido, um novo parceiro ajudaria a acelerar a expansão e, por tabela, ainda contribuiria para amenizar as preocupações do mercado por conta da alavancagem.

Nesta altura, não temos como saber se o desfecho será positivo para os acionistas, já que tudo vai depender do preço e das participações envolvidas, o que nem a Eneva conhece ainda.

Ainda assim, o histórico de disciplina na alocação de capital joga a favor da companhia, e se o negócio realmente acontecer, provavelmente será para acelerar o crescimento da nossa Bezerra sem esquecer do potencial de retorno para o acionista.

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Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.