Na última semana, a Eneva (ENEV3) divulgou um fato relevante informando o mercado sobre a constituição de um bloco acionário: a Cambuhy.
O veículo de investimento da família Moreira Salles, que é investidor da Eneva desde o início do seu turnaround, juntou-se aos fundos Dynamo, Atmos e Velt.
Com o novo acordo de acionistas, esse bloco passa a deter 35,7% do capital da Eneva.
O seu outro acionista relevante é o banco BTG Pactual, que detém 24% da empresa.
Quais impactos que a formação desse novo bloco de acionistas traz para a tese de investimentos?
Já faz algum tempo que o mercado especula sobre como os dois acionistas de referência da Eneva (a Cambuhy e o BTG Pactual) possuem visões diferentes sobre a melhor estratégia a ser trilhada pela companhia.
As especulações são de que o BTG é adepto de um caminho com foco em ganhos de capital, uma estratégia pautada por mais M&As (fusões e aquisições) e alavancagem.
Já o outro lado dessa equação, a Cambuhy e os fundos Dynamo, Atmos e Velt, parecem mais inclinados a uma estratégia de desalavancagem, foco crescente em absorver todas as aquisições dos últimos anos e mais geração de caixa.
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ENEV3 dá sinais que pode se tornar pagadora de dividendos em 2023
No limite, essa segunda estratégia é um caminho natural para que a Eneva se torne uma empresa pagadora de dividendos.
Há alguns meses, quando Pedro Zinner deixou o comando da empresa para assumir como CEO da Stone, já tivemos uma sinalização inicial que o caminho a ser desenhado era em direção à desalavancagem, e não ao crescimento.
A gestão de Zinner foi marcada justamente pelo forte crescimento da Eneva, numa série de incursões bem sucedidas.
Ainda é muito cedo para vermos qualquer redirecionamento das prioridades ou ambições da companhia, mas, ao que nos parece, cresceu significativamente a probabilidade da Eneva começar a distribuir proventos nos próximos anos.
Reforçamos a recomendação de compra para ENEV3, que segue em diversas carteiras da casa.