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Eneva (ENEV3): efeitos do El Niño beneficiam prévia operacional do 4T23 da companhia; confira

Altas temperaturas e menor nível de chuvas no Norte e Nordeste foram favoráveis para aumentar a geração de energia de Eneva no 4T23.

Por Ruy Hungria

31 jan 2024, 10:25 - atualizado em 31 jan 2024, 10:25

Imagem de logotipo da Eneva sobreposta a imagem do Rio Amazonas
Reprodução/Divulgação Eneva

A Eneva (ENEV3) apresentou sua prévia operacional com aumento na geração de energia no 4T23, ajudada pelas temperaturas mais elevadas no trimestre e redução do nível de chuvas no Norte e Nordeste, consequência dos efeitos do El Niño.

No consolidado, o despacho médio subiu de 18% no 4T22 para 19% no 4T23, e a geração bruta de energia saltou de 1.807 GWh para 1.910 GWh respectivamente. 

Como você pode notar, em termos quantitativos o crescimento é pouco relevante. Mas em termos qualitativos, a mudança é significativa. 

Uma parcela muito relevante da geração de energia no 4T22 foi realizada para a exportação para a Argentina e Uruguai, já que praticamente não tivemos despachos por ordem de mérito naquele período, reflexo de reservatórios cheios, pouca demanda de energia e muitas chuvas no Brasil. 

Por outro lado, não tivemos geração para exportação de energia no 4T23, e a retomada dos despachos, ainda que de maneira tímida, desta vez se mostra mais relacionada com a normalização do sistema, o que deixa melhores perspectivas para os próximos trimestres. 

No 4T23, o destaque operacional positivo foi a Usina Jaguatirica II, no sistema isolado de Roraima, que atingiu disponibilidade próxima de 100%, depois de alguns gargalos operacionais no início de suas operações, no 1T22. 

Lembrando que, por estar no sistema isolado de Roraima, os despachos de Jaguatirica não dependem das condições hidrológicas. 

O complexo solar Futura 1 também apresentou evolução, com a disponibilidade saltando de 70% no fim do 3T23 para 93% no 4T23, mas ainda abaixo do potencial do complexo que encontra-se em fase de estabilização. Além disso, Futura 1 também sofreu com algumas restrições operacionais impostas pela ONS a geradoras renováveis após o apagão em agosto de 2023. 

O que achamos dos resultados do 4T23 de Eneva?

Depois de vários trimestres com despachos muito baixos por conta de uma enorme sobreoferta de energia, o 4T23 começou a dar sinais de que podemos ter uma normalização dos despachos pela frente, o que seria ótimo para os resultados da Eneva. 

Por 9x Valor da Firma/Ebitda esperado para 2024, entrada de novos ativos em operação nos próximos anos e premissas do mercado que nos parecem bastante negativas com relação aos despachos futuros, a Eneva segue no portfólio. 


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Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.