A Eneva (ENEV3) passou por uma situação crítica neste começo de ano. Após anos de atrasos e elevadas expectativas, as diretrizes para o Leilão de Capacidade finalmente foram divulgadas no início de 2025.
Contra todas as expectativas razoáveis do setor, o Ministério de Minas e Energia (MME) optou por restringir a participação de usinas térmicas existentes para contratos com início até junho de 2027. Para fornecimento de energia a partir de 2028, somente térmicas novas poderiam participar o que excluiu a geradora Eneva e outras do setor.
Decisão do MME assusta usinas relevantes como Eneva
Essa decisão colocou em risco duas das principais térmicas da Eneva, Parnaíba I e III, que já possuem contratos vigentes até o final de 2027. Pela regra inicial, essas usinas estariam completamente excluídas do certame e sem perspectivas de um novo leilão no futuro próximo.
O impacto seria significativo: uma perda de receita fixa anual próxima de R$ 1 bilhão, o que representaria uma redução superior a 10% no valor justo da Eneva. Como era de se esperar, as ações da empresa despencaram diante da notícia.
Contudo, o prejuízo não seria apenas para ENEV3. Deixar de fora usinas relevantes e já operacionais, como Parnaíba I e III, seria um contrassenso econômico e estratégico para o país. Ambas as plantas possuem custos extremamente competitivos, uma vez que utilizam gás natural produzido localmente, diretamente ao lado das instalações. Optar por novas usinas em substituição a essas significaria não apenas custos mais elevados para os consumidores, mas também um risco considerável de atrasos, dado o cenário atual de escassez global de equipamentos para construção de térmicas a gás.
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Ações ENEV3 recuperam valor: vale a pena investir?
Felizmente, após uma enxurrada de críticas vindas do setor energético, o MME reviu sua posição. A decisão foi alterada para permitir a participação de usinas existentes até 2030, reintegrando Parnaíba I e III ao processo. Além disso, o período de contrato para essas usinas foi ampliado de 7 para 10 anos, trazendo mais estabilidade e previsibilidade à operação. Como reflexo, as ações da Eneva se recuperaram rapidamente do tombo, sinalizando alívio para os investidores e eliminando um dos maiores riscos que pairavam sobre a tese de investimento da companhia.
O futuro da Eneva também ganha força com a entrada de novos ativos em operação nos próximos anos. Destaca-se a termelétrica Azulão, no Amazonas, cujos contratos são majoritariamente inflexíveis – ou seja, não dependem das condições hidrológicas – e que deve adicionar mais de R$ 2 bilhões ao Ebitda anual a partir de 2027.
Com um múltiplo atrativo de 8x Valor da Firma/Ebitda, as ações ENEV3 permanece como uma forte aposta na carteira, agora ainda mais fortalecida por sua capacidade de adaptação e pela resposta positiva às mudanças regulatórias.
Além da Eneva, outra ação do setor elétrico chamou a atenção da equipe de analistas da Empiricus Research para o mês de janeiro. Neste relatório gratuito, é possível conhecer esta ação e outras dicas de investimento para aquecer seu portfólio em 2025 [ACESSE AQUI].