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Eneva (ENEV3): Ministério de Minas e Energia revê decisão e inclui usinas da companhia em leilão; entenda o ‘susto’

O direcionamento para o Leilão de Capacidade assustou a Eneva (ENEV3) e outras companhias consolidadas no mercado. Leia mais.

Por Ruy Hungria

08 jan 2025, 13:31 - atualizado em 08 jan 2025, 13:31

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A Eneva (ENEV3) passou por uma situação crítica neste começo de ano. Após anos de atrasos e elevadas expectativas, as diretrizes para o Leilão de Capacidade finalmente foram divulgadas no início de 2025.

Contra todas as expectativas razoáveis do setor, o Ministério de Minas e Energia (MME) optou por restringir a participação de usinas térmicas existentes para contratos com início até junho de 2027. Para fornecimento de energia a partir de 2028, somente térmicas novas poderiam participar o que excluiu a geradora Eneva e outras do setor.

Decisão do MME assusta usinas relevantes como Eneva

Essa decisão colocou em risco duas das principais térmicas da Eneva, Parnaíba I e III, que já possuem contratos vigentes até o final de 2027. Pela regra inicial, essas usinas estariam completamente excluídas do certame e sem perspectivas de um novo leilão no futuro próximo.

O impacto seria significativo: uma perda de receita fixa anual próxima de R$ 1 bilhão, o que representaria uma redução superior a 10% no valor justo da Eneva. Como era de se esperar, as ações da empresa despencaram diante da notícia.

Contudo, o prejuízo não seria apenas para ENEV3. Deixar de fora usinas relevantes e já operacionais, como Parnaíba I e III, seria um contrassenso econômico e estratégico para o país. Ambas as plantas possuem custos extremamente competitivos, uma vez que utilizam gás natural produzido localmente, diretamente ao lado das instalações. Optar por novas usinas em substituição a essas significaria não apenas custos mais elevados para os consumidores, mas também um risco considerável de atrasos, dado o cenário atual de escassez global de equipamentos para construção de térmicas a gás.

Ações ENEV3 recuperam valor: vale a pena investir?

Felizmente, após uma enxurrada de críticas vindas do setor energético, o MME reviu sua posição. A decisão foi alterada para permitir a participação de usinas existentes até 2030, reintegrando Parnaíba I e III ao processo. Além disso, o período de contrato para essas usinas foi ampliado de 7 para 10 anos, trazendo mais estabilidade e previsibilidade à operação. Como reflexo, as ações da Eneva se recuperaram rapidamente do tombo, sinalizando alívio para os investidores e eliminando um dos maiores riscos que pairavam sobre a tese de investimento da companhia.

O futuro da Eneva também ganha força com a entrada de novos ativos em operação nos próximos anos. Destaca-se a termelétrica Azulão, no Amazonas, cujos contratos são majoritariamente inflexíveis – ou seja, não dependem das condições hidrológicas – e que deve adicionar mais de R$ 2 bilhões ao Ebitda anual a partir de 2027.

Com um múltiplo atrativo de 8x Valor da Firma/Ebitda, as ações ENEV3 permanece como uma forte aposta na carteira, agora ainda mais fortalecida por sua capacidade de adaptação e pela resposta positiva às mudanças regulatórias.

Além da Eneva, outra ação do setor elétrico chamou a atenção da equipe de analistas da Empiricus Research para o mês de janeiro. Neste relatório gratuito, é possível conhecer esta ação e outras dicas de investimento para aquecer seu portfólio em 2025 [ACESSE AQUI].

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.