Investimentos

Eneva (ENEV3): prévia operacional do 1T23 em linha com o esperado

A prévia operacional de Eneva, do setor de energia, não traz grandes novidades; balanço do 1T23 será divulgado em 15 de maio

Por Richard Carboni Camargo

28 abr 2023, 10:40 - atualizado em 28 abr 2023, 11:08

Imagem de logotipo da Eneva sobreposta a imagem do Rio Amazonas
Reprodução/Divulgação Eneva

A Eneva (ENEV3) divulgou sua prévia operacional referente aos resultados do 1T23, sem grandes surpresas para o que estávamos esperando. 

Com muitas chuvas no início do ano e um nível elevado dos reservatórios, a demanda por energia termelétrica segue muito baixa e afetando os despachos da companhia. Ainda assim, tivemos uma evolução de 32 GWh na geração de energia no 1T22 para 597 GWh no 1T23 (mas ainda pouco para o potencial da companhia).

Comparativo trimestral - Desempenho UTEs Eneva
Fonte: Eneva

Importante ressaltar que Porto de Sergipe I ainda não fazia parte do portfólio da Eneva no 1T22, e portanto, a geração real da companhia foi de 32 GWh naquele trimestre. 

Em Parnaíba, o aumento do despacho mesmo com as condições hidrológicas favoráveis está relacionado à exportação de energia para a Argentina no período, uma alternativa que a Eneva tem aproveitado nos últimos trimestres para tentar monetizar seus ativos. 

Jaguatirica, por sua vez, não depende das condições hidrológicas, já que Roraima ainda não faz parte do Sistema Interligado Nacional e precisa contar com geração local. Com a conclusão de alguns reparos operacionais na usina (que devem ser concluídos no 2T23), vimos uma melhora relevante no despacho na comparação com o 1T22. 

Mesmo com a melhora na comparação anual, o nível de geração continuou baixo, o que ajudou a companhia a fechar o trimestre com uma posição bastante confortável de reservas. 

Evolução anual de reservas de gás (bcm) de Eneva
Fonte: Eneva

Tão confortável que a Eneva tem pensado em diversas alternativas para monetizar esse gás, como a venda direta para grandes empresas como Vale e Suzano, além de outras possibilidades de comercialização na região Norte. 

Além disso, é importante lembrar que as recentes aquisições das usinas Termofortaleza e Sergipe I, com receitas fixas relevantes e que independem de despachos, ocorreram justamente para mitigar esse efeito negativo do excesso de chuvas. 

A prévia não trouxe grandes novidades, mas gostamos de ver um aumento na geração e a evolução operacional de Jaguatirica, dado o contexto ainda difícil para os despachos. 

O desempenho financeiro será divulgado no dia 15 de maio e, como de costume, traremos todos os detalhes. 

Economista formado pela Universidade de São Paulo (FEA-USP), é analista de ações certificado pelo CNPI, especialista no setor de tecnologia, com foco em ações internacionais. Está na Empiricus há 5 anos, onde é responsável por relatórios nacionais e internacionais, como o MoneyBets Revolution, um portfólio de teses especulativas em segmentos como healthtech, energia sustentável, software e games. Antes da Empiricus, trabalhou por 5 anos no setor de tecnologia.