No último domingo (26), a Eneva (ENEV3) divulgou um Fato Relevante informando o mercado que enviou à Vibra (VBBR3) uma proposta de fusão. Segundo a proposta, cada uma teria 50% da companhia resultante, ainda que atualmente a Vibra tenha um valor de mercado de R$ 25,2 bilhões e a Eneva de R$ 20,7 bilhões.
Para a Eneva, além da boa geração de caixa do negócio de distribuição de combustíveis, a lista de clientes industriais da Vibra ajudaria na monetização de suas vastas reservas de gás, atualmente subutilizadas por conta dos baixos despachos termelétricos.
Para a Vibra, seria uma forma interessante de garantir acesso à originação de um combustível importante para a transição energética (o gás), além de poder embarcar em uma história com maior capacidade de crescimento, já que a Eneva tem projetos de geração importantes que serão entregues nos próximos anos, além de outros negócios como a venda de GNL em pequena escala para clientes industriais.
O resultado da fusão seria a criação da terceira maior companhia de energia do país, depois da Petrobras e da Eletrobras.
Vibra pode enviar novas propostas mais favoráveis à companhia
No entanto, resta saber se os acionistas da Vibra realmente estão interessados em aportar a geração de caixa da companhia no potencial de crescimento da Eneva, ou se preferem continuar sozinhos, recebendo os dividendos do seu negócio, ainda que com menor capacidade de crescimento.
Além disso, não podemos esquecer que a Vibra tem um valor de mercado um pouco superior ao da Eneva atualmente, o que provavelmente será interpretado como uma desvantagem pelos seus acionistas nessa proposta de fusão com 50% das ações para cada lado.
Caso a Vibra não aceite os termos atuais – cenário que não descartamos –, podemos ver novas propostas com condições mais favoráveis para ela e, claro, menos favoráveis para a Eneva. Mas precisaremos aguardar os próximos episódios para avaliar.
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Empiricus recomenda comprar ações da Eneva (ENEV3)
Temos recomendação de compra para a Eneva em várias séries da Empiricus Research, por entendermos que nos preços atuais as ações embutem um nível já bastante pessimista de despachos.
Além disso, a companhia possui uma grande capacidade de crescimento à medida que novos projetos (geração e GNL de pequena escala) começam a entrar em operação, e ainda poderá recontratar duas de suas térmicas mais importantes no Leilão de Reserva em 2024.
Seguiremos atentos às novidades, mas neste momento entendemos que a proposta agrada mais acionistas da Eneva do que da Vibra, e não descartamos uma mudança dos termos para agradar melhor os dois lados.