Investimentos

Enquanto a bolsa brasileira não tem big techs, entenda a relevância de se posicionar na bolsa que as têm

Enzo Pacheco, da Empiricus, afirma que empresas estrangeiras já fazem mais parte do nosso cotidiano do que empresas nacionais

Por Anna Larissa Zeferino

14 ago 2024, 08:47 - atualizado em 14 ago 2024, 08:47

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Imagem: Unsplash

Os investidores que acompanham o mercado mais de perto já conhecem bem a Nvidia (NVDA34), empresa norte-americana de tecnologia cujas ações dispararam incríveis 170% apenas este ano.

A empresa se tornou uma “queridinha” entre os investidores da renda variável internacional e foi responsável por muitas das altas do índice S&P 500 em 2024.

Enquanto o S&P 500 acumulou máximas históricas em 2024, no lado do Brasil, o Ibovespa sofreu em um semestre de quedas. Apenas agora é que o índice brasileiro está voltando à casa dos 130 mil pontos, após tê-lo atingido em janeiro, mas despencado logo em seguida. 

Com isso, podemos propor uma reflexão: por que os Estados Unidos trazem fenômenos como a Nvidia, e a bolsa brasileira não? Ou, como indaga este texto publicado na última segunda-feira (13) no portal Época Negócios:

Fonte: Época Negócios

As incertezas brasileiras que minam o surgimento de big techs

O artigo da Época Negócios argumenta que o Brasil tem potencial para inovar em tecnologia, mas esbarra em fatores como: 

  • As limitações dos programas públicos de incentivo à pesquisa; 
  • O baixo investimento em tecnologia das próprias empresas privadas; e 
  • A baixa proporção de engenheiros formados na população (quando comparados aos EUA e China, por exemplo).

Mas um fator importante não citado é o cenário atual de incertezas quanto às políticas fiscais do governo brasileiro, fora a desancoragem das expectativas inflacionárias e de juros

Esses fatores também não contribuem para um ambiente sadio de crescimento das empresas que já estão por aqui.

Porém, enquanto fenômenos do mercado financeiro não surgem por aqui, há uma coisa que o investidor pode fazer – isto é, se ainda não o fez.

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Investidor deve apostar na diversificação geográfica de seu portfólio, segundo analista

Enzo Pacheco, analista da Empiricus, casa de análise do grupo BTG Pactual, publicou um relatório no último dia 01/07 analisando os altos e baixos do mercado no primeiro semestre. 

Abrindo o texto, afirmou que “uma coisa deve ter ficado clara para o investidor brasileiro [após o semestre]: a importância da diversificação geográfica dos seus investimentos.” 

Ou seja, ao invés de esperar que uma big tech surja por aqui, ir até onde as big techs atuais estão pode ser uma boa ideia.

O investidor cujo patrimônio está 100% alocado no Brasil está completamente exposto a um único risco soberano. Além disso, acaba perdendo a oportunidade de obter ganhos significativos com ações das grandes empresas de tecnologia disponíveis no mercado estrangeiro. Mais especificamente, na bolsa norte-americana.

Em entrevista ao programa Giro do Mercado (do Money Times) do último dia 02, Enzo comentou: “talvez você tenha mais multinacionais no seu dia a dia do que empresas nacionais. O carro que você compra, o celular, o computador”. E completou:

“Eu sei que nesse momento de mercado pode até ser meio difícil dizer para investir ‘lá fora’, mas dadas as maneiras práticas que temos hoje [de investir], […] não tem desculpa para não ter investimentos internacionais.” 

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O ‘peso’ da bolsa americana no mercado global

O gráfico abaixo compara a performance acumulada dos principais índices de bolsas internacionais no primeiro semestre de 2024:

Performance acumulada em 2024 de índices de bolsa por país/região, precificadas em dólar. (Fonte: Bloomberg e Empiricus)

Nota-se que um bom grupo de índices registrou alta no primeiro semestre, mas o S&P 500 ficou com a melhor performance entre eles. Inclusive, atingindo por volta de 40 máximas históricas no período.

O S&P 500 manteve-se em altas históricas justamente graças às big techs. Apesar de retornos passados não serem garantia de retornos futuros, tal valorização exemplifica o poder da bolsa americana. 

Isso porque estamos falando de um período em que os EUA sustentaram sua taxa básica de juros em um patamar alto, o que é historicamente desfavorável para o mercado de ações.

Confira recomendações profissionais para investir na bolsa americana

Cada investidor tem suas motivações pessoais por trás da escolha de cada ativo que compõe sua carteira. Mas se você, leitor, ainda não investiu na bolsa americana por não saber por onde começar, esse ‘problema’ acaba hoje.

Isso porque o Money Times disponibilizou, como cortesia, um relatório com as recomendações de Enzo Pacheco das melhores ações internacionais para investir no momento.

Lembrando que acessar a recomendação completa é de graça. Basta apenas clicar neste link, ou no botão abaixo, e começar a trilhar seu caminho rumo ao mercado gringo.

Sobre o autor

Anna Larissa Zeferino

Jornalista no mercado financeiro desde 2022. Pós-graduanda em Economia, Investimentos e Banking pela Universidade de São Paulo (ESALQ-USP). Escreve para os portais Empiricus, Money Times e Seu Dinheiro, e já passou por casas como Itaú BBA e XP.