Se você perguntasse para um grupo de gestores em janeiro deste ano qual seria o impacto das eleições na Bolsa, nove a cada dez responderiam “volatilidade”.
Repare que “volatilidade” não significa valorização, nem desvalorização. Significa apenas “movimentos fortes”, o que, convenhamos, não traz insight algum. É apenas uma aposta “em cima do muro” após seguidas eleições observando esse mesmo comportamento nos mercados.
O tema era tão frequente que um banco de investimento até fez um estudo baseado em anos anteriores para entender com quanta antecedência o assunto “eleições” costuma começar a trazer chacoalhões no mercado. A conclusão foi de que isso acontecia por volta do mês de abril.
Pois bem, o mercado que iniciou o ano tenso por causa da possibilidade de “fortes movimentos” chegou em abril com olhos e ouvidos atentos, mas nenhum chacoalhão eleitoral veio naquele mês. Também não chegou em maio, nem em junho. Nem com o início das propagandas políticas, ou dos debates ao vivo.
Quem apostou no óbvio errou feio, e quem com base nisso preferiu ficar de fora até a decisão das urnas, acabou perdendo ótimos rendimentos da nossa série Vacas Leiteira até aqui em 2022, seja por ganho de capital ou distribuição de dividendos.
É natural esperar um pouco mais de emoção após a definição do primeiro turno e, provavelmente, ânimos mais acirrados no embate direto entre Lula e Bolsonaro até o segundo turno.
Fato é que quem preferiu esperar uma definição já vai largar muito atrás, e mais uma vez o mercado deixou claro que “time in the market” é muito mais importante que “timing the market”.
Se você é acionista de empresas boas, baratas e pagadoras de dividendos, o tempo que o seu dinheiro passa investido nelas é muito mais importante do que tentar acertar a hora certa de “entrar”.