Começa hoje a votação da PEC de Transição na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) do Senado. Entre tantas cifras que já encheram os noticiários, a proposta de R$ 150 bilhões por dois anos é a que parece ter mais força entre os parlamentares (até agora).
Nesta manhã, o número apresentado pelo relator e candidato a Ministro no novo governo, senador Alexandre Silveira, foi de R$ 175 bilhões, acima do que o mercado espera que seja aprovado.
Caso o valor aprovado exceda consideravelmente R$ 125 bilhões, o mercado deve continuar embutindo mais altas de juros na curva. Ontem, os DIs estressaram cerca de 20 pontos-base e seguem subindo na mesma magnitude hoje nos vértices mais longos.
COPOM se reúne hoje e amanhã para decidir Selic
E por falar em juros, o Comitê de Política Monetária (COPOM) se reúne hoje e amanhã para a última decisão do ano. Apesar do consenso de que o Banco Central (BC) deve manter a Selic em 13,75% ao ano, o mercado já precifica uma probabilidade alta de elevação de juros a partir de fevereiro de 2023, devido à elevação do risco fiscal e consequentes pressões inflacionárias do aumento de gastos.
Até a reunião marcada para março de 2023, o mercado precifica praticamente duas altas de 25 pontos-base na Selic. Se confirmada, estamos falando, grosso modo, de um juro real ex-ante (12 meses à frente) de mais de 10% (considerando a inflação de 3,50% em 2024 do relatório Focus).
Ainda que o BC mantenha a Selic inalterada, devemos continuar entre os líderes de juros reais no mundo. Não por mesmo, os indicadores antecedentes de atividade estão afundando.
Continuamos prevendo uma taxa de juros estacionada no patamar atual nas próximas reuniões do BC, mas será importante entender como a autoridade monetária pretende encarar um cenário fiscal estruturalmente mais frouxo nos próximos anos.
Enquanto isso, mantemos nossas recomendações de pós-fixados para os vértices curtos e indexados à inflação para o longo prazo.
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Confira o cardápio com títulos de renda fixa ideais para o momento:
O investimento na taxa líquida indicada da LCA pós-fixada do Banco BTG Pactual equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 114,54% do CDI.
O investimento na taxa líquida indicada da LCA pós-fixada do Banco ABC Brasil equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 114,83% do CDI.
O investimento na taxa líquida indicada da LCI do Banco Bradesco equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 113,48% do CDI.
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*O trecho e as indicações acima foram tiradas do relatório da série Super Renda Fixa, da Empiricus, comandada por Lais Costa e Diego Bleinroth. Os assinantes da série têm acesso aos relatórios completos, com informações a respeito do mercado brasileiro e internacional, além das tradicionais recomendações.