A Equatorial (EQTL3) apresentou resultados recorrentes em linha com as expectativas, mas um pouco afetados por efeitos não recorrentes.
Margem bruta da linha de Distribuição cresceu 44% em 12 meses
No segmento de Distribuição, mais importante para os resultados, a margem bruta cresceu R$ 1,06 bilhão, para R$ 3,5 bilhões (alta de 44% na comparação com o 4T22), ajudada principalmente pela incorporação da Equatorial Goiás e também pelo aumento de volume de energia distribuída (+12%).
Por outro lado, as despesas foram afetadas pelos eventos climáticos extremos do trimestre, mas principalmente pelo aumento nas despesas com provisão, já que o 4T22 marcou reversões positivas que ajudaram os resultados daquele período e atrapalharam a base de comparação.
Com esses efeitos, o Ebitda do segmento cresceu 28% na base anual. Desconsiderando a aquisição da Equatorial Goiás, o Ebitda teria caído -4%, afetado principalmente pelas reversões de provisão que ajudaram o 4T22.
É importante lembrar que a Equatorial apresentou evoluções importantes no que diz respeito à frequência (FEC) e duração (DEC) das interrupções.
O DEC recuou em todas as concessões na comparação anual, com exceção da CEEE-D, que ficou estável mesmo com muitos efeitos climáticos no trimestre. O FEC também caiu em todas as concessões, com exceção de Goiás, onde a companhia está apenas começando o seu trabalho.
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Transmissão de Equatorial teve queda no Ebitda regulatório
No segmento de Transmissão, o Ebitda regulatório recuou -3,3% no trimestre (R$ 9 milhões), afetado principalmente pela redução da RAP (receita anual permitida) da Intesa no ciclo 23/24.
Em Renováveis, o trimestre continuou sendo afetado por restrições de operação de parques de geração no Nordeste, após o blecaute que afetou o sistema elétrico brasileiro em agosto do ano passado, o que implicou em -10% de redução na energia gerada no trimestre.
Mas esse efeito foi mais do que compensado por melhores preços de energia e melhor controle de custos, que ajudou o Ebitda do segmento a crescer +R$ 26 milhões (alta de +13%).
O Saneamento continua ‘engatinhando’
Para encerrar o resultado das subsidiárias, o segmento de Saneamento segue nos estágios iniciais de turnaround, ainda sem grandes evoluções financeiras para mostrar ao mercado (com piora de R$ 21 milhões no Ebitda), enquanto a companhia continua trabalhando no cadastramento e mapeamento da região.
No entanto, temos visto algumas melhorias operacionais, como a redução importante de -6,5 p.p. no nível de perdas, aumento de 3% no volume de água distribuída e de 1,4 p.p. no nível de cobertura.
No consolidado, o Ebitda atingiu R$ 2,4 bilhões, alta de 16%. Excluindo os efeitos não recorrentes e sem efeito caixa, o resultado teria sido de R$ 2,7 bilhões, em linha com as expectativas.
Ganhos na linha de IR compensaram parte do aumento no endividamento
Apesar da alta do resultado operacional, o maior endividamento fez o resultado financeiro piorar cerca de R$ 350 milhões, mas isso foi em partes compensado por um ganho na linha de imposto de renda.
Por fim, a companhia apresentou um lucro líquido de R$ 990 milhões, alta de 28,4% na comparação anual, mas não trouxe grande animação por conta dos diversos efeitos não recorrentes já mencionados.
Ainda assim, desconsiderando esses impactos, operacionalmente os números mostraram crescimento, especialmente por conta da entrada da Equatorial Goiás, que ainda deve render bons frutos para a companhia.
A alavancagem reduziu de 4,1x no 4T22 para 3,3x dívida líquida/Ebitda, mostrando boa redução nos níveis de endividamento.
Por 7,2x Valor da Firma/Ebitda, a Equatorial segue nas recomendações da Empiricus Research.
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