Investimentos

Equatorial (EQTL3): Segmento de distribuição e ‘ajuda’ da Sabesp (SBSP3) são destaques positivos no 4T24

Enquanto o segmento de distribuição se destacou mais uma vez, investimento na Sabesp começa a mostrar resultados para a Equatorial

Por Ruy Hungria

27 mar 2025, 10:11 - atualizado em 27 mar 2025, 10:12

Equatorial EQTL3 (1) 4t24

Imagem: iStock.com/Thapana Onphalai | Montagem: Empiricus

A Equatorial (EQTL3) apresentou resultados operacionais referentes ao quarto trimestre de 2024 (4T24) em linha com as expectativas, ajudados mais uma vez pelo segmento de Distribuição, e mostrando contribuição positiva do investimento na Sabesp. 

Equatorial: confira o desempenho por segmento no 4T24

Em Distribuição, a receita líquida cresceu +8%, ajudada por maiores vendas de energia, mesmo com uma base de comparação forte no 4T23 – as ondas de calor no último trimestre de 2023 culminaram em grande consumo de energia. 

O PMSO (gastos gerenciáveis) do segmento cresceu no mesmo ritmo, acima da inflação, afetado principalmente pela Equatorial Goiás, que resultou em uma boa melhora dos índices de qualidade da concessão. Com isso, o Ebitda ajustado do segmento cresceu +8% no trimestre, para R$ R$ 2,47 bilhões. 

Em Transmissão, o Ebitda recuou para R$ 253 milhões (-7% vs 4T23), afetado pela venda da SPE 7 (tanto em termos de perda de receita como despesas relacionadas ao processo de desinvestimento) e impactos de indisponibilidade de linhas no período. Sem os efeitos não recorrentes, o Ebitda do segmento teria caído -4% no período. 

Por outro lado, o resultado do segmento de Renováveis (eólica + solar) melhorou no período. Além de uma base de comparação fraca, tivemos aumento na velocidade média dos ventos e entrada em operação de ativos solares, que mais do que compensaram as maiores restrições (curtailments), que seguem afetando as usinas renováveis da companhia. Com esses efeitos, o Ebitda de renováveis melhorou +14%, para R$ 246,5 milhões. 

Sabesp (SBSP3) contribui para o crescimento do segmento de Saneamento

Em Saneamento, depois de muitos trimestres de ajustes, os números da Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA) começaram mostrar tração, com uma reversão do Ebitda negativo de -R$ 13,8 milhões no 4T23 para R$ 1,4 milhão no 4T24, ajudado pelo avanço na hidrometração, crescimento do número de ligações e volumes faturados tanto de água como de esgoto no período. 

Além disso, no trimestre tivemos uma contribuição positiva de R$ 263 milhões da Sabesp via equivalência patrimonial, o que levou o Ebitda consolidado para R$ 3,2 bilhões, alta anual de +11,3%. Sem a ajuda da Sabesp, o Ebitda teria crescido +8,4%, em linha com as estimativas. 

Veja a recomendação da Empiricus para as ações EQTL3

Apesar da melhora operacional, o resultado financeiro piorou -R$ 305 milhões vs 4T23, impactado pelo aumento da dívida (principalmente para aquisição da Sabesp) e da Selic.

Em contrapartida, a companhia contabilizou reversões tributárias de quase R$ 700 milhões,  que fizeram o lucro líquido saltar de R$ 674 milhões no 4T23 para R$ 2,26 bilhão no 4T24.

Em termos de alavancagem, a Equatorial terminou o ano com um patamar de 3,3x dívida líquida/Ebitda, estável na comparação com os trimestres anteriores. 

Apesar de resultados operacionais em linha com as estimativas, mais uma vez a Equatorial mostrou números sólidos, ajudados principalmente pelo segmento de Distribuição, o mais relevante para a companhia. Por 7x valor da firma/Ebitda, Equatorial segue em várias carteiras da Empiricus Research

Sobre o autor

Ruy Hungria

Bacharel em Física formado na Universidade de São Paulo (USP), possui MBA de Finanças na Fipe e iniciou a carreira no mercado financeiro em 2011, na própria Empiricus Research. Está à frente da série da casa focada em opções desde 2018, além de contribuir na elaboração e decisões de investimentos nas séries da Empiricus focadas em microcaps e dividendos, além de fazer o acompanhamento de companhias de diversos setores, com mais foco em Utilities e Oil & Gas. Desde o início de 2020 é colunista do portal Seu Dinheiro.