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‘Estamos vivendo um dos raríssimos momentos de comprar algo barato, com gatilho e crescendo’, diz Felipe Miranda, no BTG Summit 2024

No painel ‘Ações: chegou a hora ou já passou?’, o analista-chefe da Empiricus conta quais ações podem se beneficiar do bull market previsto para 2024.

Por Nicole Vasselai

22 fev 2024, 15:56 - atualizado em 23 fev 2024, 10:39

Felipe Miranda ações bull market BTG Summit 2024
Imagem: Divulgação/Empiricus

O Ibovespa tem vivido muitos picos e vales desde o início de 2024. Depois de recuperar parte das perdas de janeiro, o principal índice de ações brasileiras cai 1,8% no ano até esta quinta-feira (22).

Ainda assim, para Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus Research, esse movimento não passa de uma correção técnica comum após um rali, como a corrida para ações vista no final de 2023.

Na visão do analista, o bull market continua vivo e tem muito espaço pela frente, como explica no BTG Summit 2024, evento que reúne grandes líderes do mercado financeiro nesta semana, em São Paulo.

Estamos vivendo um do raríssimos momentos de comprar algo barato, com trigger [gatilho] e crescendo“, afirma, no painel Ações: chegou a hora ou já passou?”.

Alívio da inflação e corte de juros lá fora são propulsores da Bolsa

Para Miranda, o ciclo de corte de juros, já avançado no Brasil e previsto para se intensificar nos próximos meses nas economias desenvolvidas, tende a promover uma melhora do ambiente econômico e financeiro, estimulando o fluxo para mercados emergentes.

“Me parece que a tendência é de baixa da inflação e que o Fed vai cortar juro mesmo, ainda que esteja olhando dado a dado antes de tomar as decisões [de política monetária]. Nesse cenário, o Brasil se beneficiaria”, acrescenta.

Além disso, o analista se mantém otimista com as projeções do PIB, que já começaram a ser revisadas para cima e apontam um crescimento de 2%.

Se chegou a hora da Bolsa, em quais ações investir?

Se o investidor não quer roer as unhas de ansiedade com a volatilidade da Bolsa, Miranda é claro: “Itaú [ITUB4] e BTG Pactual [BPAC11] são investimentos difíceis de se perder dinheiro. Você não vai ganhar uma porrada de 50%, mas ganhar uns 20% dormindo tranquilo”.

Segundo o analista, ambos os bancos apresentam resiliência e um ótimo patamar de retorno sobre patrimônio líquido (ROE) – importante indicador para o setor financeiro. O ROE de Itaú chegou a 21,1% no 4T23 e do BTG, a 23,4%.

Além disso, como consequência do corte de juros, devemos ver a migração da renda fixa para ativos de risco, com o chamado financial deepening. Esse fenômeno, como explica Miranda, tende a beneficiar o o mercado de capitais como um todo, incluindo o setor financeiro.

Por outro lado, o estrategista-chefe da Empiricus também gosta das “cíclicas domésticas“, empresas que acompanham os movimentos macroeconômicos do país. Nesse sentido, recomenda, no setor de commodities, as ações de Cosan (CSAN3), holding de Raízen, Compass, Rumo, Moove, Radar e Cosan Investimentos.

Para ele, a diversificação do portfólio da companhia é o principal diferencial dela. Além disso, desde agosto de 2023, a Cosan vem intensificando sua posição em Vale, o que “abre uma avenida de crescimento ainda maior para o grupo”, nas palavras de Miranda.

“Além disso, o balanço mais alavancado de empresas como a Cosan deve se beneficiar da queda das taxas de juro e da aproximação de um ciclo menos intenso de Capex”, comenta.

Miranda também reforça a vantagem da possível listagem na Bolsa das controladas Compass, Moove e Radar. “A tendência é o mercado premiar essa redução da complexidade societária de Cosan”.

Por fim, o analista-chefe projeta resultados do quarto trimestre positivos para CSAN3, com chance dos guidances serem cumpridos pelas diversas empresas do grupo.

resultado do 4T23 de Cosan está previsto para ser divulgado em 1 de março de 2024. Para receber em primeira mão nossa análise completa acerca do resultado, clique aqui.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.