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Felipe Miranda sobre atualização de Ethereum: “Além de ser um grande feito tecnológico, tudo nos leva a crer que Shangai contribuirá positivamente para disparar o preço do ETH”

No último dia 12, o criptoativo passou por mais uma importante atualização em seu protocolo

Por Nicole Vasselai

19 abr 2023, 11:15 - atualizado em 19 abr 2023, 11:15

O segundo maior ativo em valor de mercado, o Ether (ETH), é o token nativo do Ethereum. Apesar de se tratar de uma blockchain, assim como é no caso do Bitcoin, há diferenças significativas entre suas abordagens tecnológicas, estrutura operacional e casos de uso. 

No último dia 12, o Ethereum passou por mais uma importante atualização em seu protocolo, o Shanghai upgrade. Como um grande projeto de engenharia de software, essas atualizações têm um peso enorme no presente e no futuro da blockchain. 

Mas de que forma o Shangai pode beneficiar o criptoativo? A seguir, você pode conferir um trecho do relatório da série Palavra do Estrategista, em que Felipe Miranda, CEO e estrategista-chefe da Empiricus, analisa as perspectivas para o Ethereum.

Ethereum: mais uma grande atualização bem-sucedida

O Shanghai upgrade foi a atualização mais relevante (e tecnicamente complexa) desde o Merge, ocorrido em setembro de 2022. O Merge mudou a essência de como o Ethereum opera, passando do mecanismo de validação de transações Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS). Além disso, trouxe ao ETH uma nova dinâmica econômica, tornando-o potencialmente um ativo deflacionário. Isso, de fato vem ocorrendo, com o token registrando uma deflação anualizada de cerca de -0,13%.

Curva de inflação/deflação do token ETH da Ethereum desde o Merge
Elaboração: Ultrasound.money | Adaptação: Empiricus
Fonte(s): Ultrasound.money

Já o Shanghai foi responsável por habilitar o saque dos ETH que estavam em staking. 

Uma rápida pausa: staking é a operação segundo a qual uma pessoa trava uma certa quantia de tokens em um contrato inteligente a fim de participar da segurança da rede, aumentando-a. Em contrapartida, recebe recompensas, na forma de novos tokens. Dessa maneira, o Ethereum pode ser entendido como um bond, que paga uma taxa de juros relativamente previsível (hoje, na casa de 4% a 5% ao ano) para quem realiza tal operação. 

Desde a concepção do staking no Ethereum, até a ativação do Shanghai upgrade, o usuário recebia recompensas, mas que não podiam ser sacadas. Com a atualização, esses valores podem ser resgatados e, se o usuário desejar, vendidos no mercado. 

O grande temor do mercado era o de que uma grande quantidade de ETH seria despejada no mercado de uma só vez, impactando os preços. Afinal, mais de US$ 1 bilhão em tokens poderiam ser sacados imediatamente. 

Não é o que aconteceu, pelo menos até o momento. Assim como nosso time vinha avaliando, a atualização tem um importante papel de “de-risking” para a operação de staking. Isso, no médio a longo prazo, joga muito positivamente para ela, uma vez que abre espaço para mais players, que até então estavam reticentes devido aos riscos mais elevados, participarem. 

Paralelamente, quanto maior a quantidade de um token em staking, maior é a quantia que é retirada de circulação, diminuindo a pressão vendedora e impactando positivamente o preço. Dessa maneira, tudo nos leva a concluir que o Shanghai upgrade, que por si só é mais um grande feito do ponto de vista tecnológico para o time que desenvolve o Ethereum, contribuirá positivamente para a apreciação de preço do token ETH

Além disso, reforça o papel do Ethereum como a principal blockchain de contratos inteligentes, sendo peça fundamental da infraestrutura do mercado cripto e capturando valor do crescimento do segmento como um todo. 

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.