A Petrobras (PETR4) divulgou resultados do primeiro trimestre de 2024 no fechamento do pregão da última segunda-feira (15) e conseguiu surpreender negativamente o mercado.
Acontece que a expectativa com relação ao balanço do 1T24 já era baixa. Contudo, o lucro líquido de R$ 23,9 bilhões no período foi 41,8% menor, em comparação com o quarto trimestre de 2023 e bem abaixo do que se esperava.
Da mesma forma, o Ebitda apresentou uma retração de 17,2%, em comparação com o 4T23. Assim, na terça-feira (14), as ações preferenciais da estatal (PETR4) encerraram o pregão com queda de 1,80%.
Em entrevista ao Giro do Mercado da última terça-feira (15), o analista da Empiricus Research Ruy Hungria disse que é possível entender a frustração do mercado.
Contudo, ele deixou claro que, mesmo com os números abaixo das expectativas, a Petrobras é uma empresa que gerou no 1T24 “um Ebitda de R$ 60 bilhões, lucro acima de R$ 20 bilhões e que continua pagando bons dividendos.”
Durante o programa, o analista inclusive disse que ficava “torcendo para aparecer uma notícia negativa, a Petrobras cair e a gente ter uma oportunidade de entrar por preços melhores.”
Poucas horas após a entrevista de Ruy Hungria, a estatal pegou o mercado de surpresa com a demissão do CEO Jean Paul Prates.
Agora a pergunta que fica é:
A mudança de CEO na Petrobras (PETR4) pode ser gatilho de compra para a ação?
Para o analista, dois fatores contribuíram para a queda nos resultados da Petrobras (PETR4) no 1T24. O primeiro foram os dados de produção.
Os números que haviam sido divulgados anteriormente já indicavam uma redução de 4% a 5% em relação ao 4T23. O segundo motivo foi a alta do custo de extração (+8%), ocasionada justamente pela redução de produção, que surpreendeu os mercados.
Além disso, a queda no preço do petróleo em comparação com o trimestre passado e a desvalorização do real frente ao dólar impactaram a companhia.
Apesar da queda, o analista ressaltou que os números vieram em linha com o guidance (projeções da própria estatal) para 2024. Ele ainda pontuou que as paradas de produção que impactaram o primeiro trimestre devem ser amenizadas no resto do ano.
Da mesma forma, espera-se que novas plataformas entrem em atividade ao longo do segundo semestre. Assim, ele acredita que “provavelmente estamos diante do resultado que deveria ser o mais poluído do ano”.
Nesse sentido, o analista explicou que uma das melhores maneiras de o investidor avaliar as ações da Petrobras (PETR4) seria por meio do seu valuation e dividendos, que tendem a segurar o preço das ações.
Com relação aos proventos, a Petrobras (PETR4), anunciou a distribuição de R$ 14 bilhões em dividendos e JCP.
O analista ressaltou que a estatal está cumprindo a política de distribuição de 45% do fluxo de caixa livre, “mas eu ainda espero distribuições eventuais do dividendo que foi retido […] eu entendo que ainda há espaço para essas distribuições”.
Já com relação ao valuation, Hungria apontou que atualmente a Petrobras (PETR4) negocia a 5 vezes preço sobre lucro (P/L) que é um pouco acima da média histórica.
Por um lado, ele entende que o valuation expressa a melhora que a companhia teve ao longo dos anos. Em entrevista ao Giro do Mercado, ele ressaltou que a ação não estava cara, porém tinha menos potencial de upside.
Para o analista, era necessário que algo ruim acontecesse fazendo o preço das ações da Petrobras (PETR4) caírem, gerando assim uma oportunidade para entrar no papel por preços melhores.
Na terça-feira (14) à noite, a Petrobras (PETR4) divulgou em fato relevante a saída do CEO Jean Paul Prates da presidência da estatal.
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Mas, diante da notícia, será que agora o papel vai voltar às carteiras de dividendos da casa?
Ou será que o risco de um controle maior sobre os dividendos da estatal são um sinal para afugentar de vez o investidor?
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Nesta quarta-feira (15), Ruy Hungria voltará ao Giro do Mercado para comentar a saída de Jean Paul Prates do comando da estatal.
Mas neste momento as ações da Petrobras (PETR4) ainda não fazem parte das 5 ações recomendadas para buscar dividendos.
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