Você já deve ter ouvido que o cenário econômico brasileiro segue indefinido devido às incertezas fiscais e à desancoragem das expectativas. Apesar de tudo isso ser verdade, a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, acredita que o mercado está passando a enxergar bons gatilhos para o mês de novembro na bolsa de valores.
“Do ponto de vista macroeconômico, para este mês, um ajuste fiscal nas despesas é o principal gatilho para a bolsa brasileira de uma forma geral, sem fazer nenhuma diferenciação setorial ou entre empresas”, comenta a analista.
Gatilhos de novembro: o que o mercado pode esperar?
Na visão da analista, os investidores da bolsa de valores brasileira ainda podem esperar um rali de final de ano.
Enquanto o juro real de longo prazo brasileiro acompanha a alta do juro real americano, a analista ressalta que essa escalada foi “muito mais do que proporcional à subida americana, de forma que o diferencial de juro real de 10 anos daqui e dos EUA está com uma diferença de cerca de 6 pontos percentuais”, explica.
Algo parecido apenas aconteceu em 2016, durante o impeachment da presidente Dilma Rousseff, relembra Quaresma. Contudo, nesta época o Brasil enfrentava a sua pior recessão e vivia um ambiente de absoluta incerteza institucional e política. Por isso, a analista acredita que o mercado está com muito mais “gordura” atualmente e as correções podem beneficiar rapidamente aqueles que souberem se posicionar.
A analista elenca ainda três pontos do cenário atual que beneficiariam esse cenário:
1- Uma economia forte;
2- Uma Selic menor e menores despesas financeiras (dado que agora leva-se em conta o 3º trimestre do ano passado);
3- Empresas mais enxutas, com expectativa de uma temporada de resultados positiva.
“Afinal, não podemos esquecer do copo meio cheio, a economia continua forte, e isso se traduz em lucros corporativos maiores”, ressalta Quaresma.
Faria Lima só ‘faz biquinho’?
A opinião não é da analista, mas de Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES, em entrevista ao jornal Metrópoles. O economista afirmou que a Faria Lima estaria “só fazendo biquinho” e reclamando de um cenário econômico não tão ruim.
Quaresma explica que o principal detrator do afastamento de capital estrangeiro e desvalorização dos ativos atualmente tem a ver com a questão fiscal. “Essa percepção de pouco controle das contas públicas e uma falta de credibilidade mesmo da nova regra fiscal, que é o arcabouço”, adiciona.
“A gente acredita que o ajuste [fiscal] virá muito em breve. Ainda não sabemos se ele será suficiente, mas havendo algum tipo de ajuste, acredito que já seria o bastante para queimar um pouco do prêmio de risco do nosso juro futuro, que é o que está pesando sobre as nossas ações”, completa a analista.
Para se posicionar diante desses cenários, Larissa Quaresma liberou uma lista gratuita com as 10 melhores ações para investir em novembro. Você pode conferir o relatório completo (sem custos) neste link.