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Felipe Miranda em live no Instagram: ‘Tem uma inflexão em curso para os ativos de risco no segundo semestre’

Para o CIO e sócio-fundador da Empiricus, as condições ideais para o Brasil “deslanchar” já estão no horizonte.

Por Nicole Vasselai

11 jul 2024, 14:35 - atualizado em 11 jul 2024, 14:36

ponto de inflexão - ativos de risco brasileiros ações Ibovespa
Imagem: Adobe Firefly

Em questão de três semanas, o Ibovespa, principal índice de ações brasileiras, foi de 119 mil para 128 mil pontos. Além disso, a Bolsa teve nove pregões consecutivos de alta.

Para Felipe Miranda, CIO e co-fundador da Empiricus Research, esse é um dos sinais de que há uma inflexão em curso já no início deste segundo semestre para os ativos de risco, como afirma na live que realizou em seu Instagram nesta quinta-feira (11).

Depois de um primeiro semestre difícil no âmbito doméstico, ele acredita que as condições ideais para o Brasil “deslanchar” já estão no horizonte.

“A inflação e o mercado de trabalho americanos precisariam desacelerar e o Brasil precisaria parar de fazer bobagem e, surpreendentemente, essas duas condições para os ativos de risco andarem já estão acontecendo, de forma muito rápida”.

Inflação e juros americanos para baixo, Brasil para cima

Em relação aos dados de inflação, o analista-chefe da casa cita o CPI (índice de preços ao consumidor) de junho. Divulgado nesta manhã (11), o índice caiu 0,1% no mês. Em 12 meses, a inflação acumulada reduziu de 3,3% para 3,0%.

“Com o arrefecimento da inflação e o juro real aumentando, isso dá ânimo para o Fed [banco central americano] cortar juros no segundo semestre, e o Brasil é muito sensível a esse movimento, então deveríamos ser um dos mais beneficiados e voltar ao radar do [investidor] gringo”, afirma Miranda.

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Questão fiscal começa a voltar para os trilhos e o dólar, também

Do ponto de vista doméstico, a “ponta do iceberg” da questão fiscal parece começar a ser endereçada: “O problema fiscal brasileiro é profundo, difícil de resolver e eu poderia ficar horas aqui falando disso. Mas, na margem, houve uma melhora no cenário quando o Lula, depois de dar sinais errados e preocupar o mercado, emitiu um sinal a favor da responsabilidade fiscal, ao permitir o corte de R$ 25 bilhões em despesas”, comenta, na live.

No mesmo dia em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou esse aval do presidente Lula, o dólar chegou a cair 2%. Na visão de Miranda, um claro sinal de que o comportamento do Executivo em relação aos gastos públicos estava preocupando o mercado.

‘Não subestimem o quanto a virada pode ser rápida, com grandes saltos súbitos aleatórios’

Segundo Miranda, nesse cenário, a “virada” da Bolsa pode ser muito rápida, ainda que não linear: “Podemos ver grandes saltos súbitos aleatórios, como de fato aconteceu entre os 119 mil e os 128 mil pontos”.

E, para aproveitar os possíveis cortes nos juros americanos e a queda da inflação nos EUA e no Brasil, essa o CIO da Empiricus acredita particularmente no potencial de alguns papéis: Cosan (CSAN3), B3 (B3SA3), BTG Pactual (BPAC11) e Localiza (RENT3).

Além disso, ele destaca o caso de 3R Petroleum (RRRP3), cuja produção cresceu em junho. “O mercado não está dando preço, mas gostei dos dados de produção de 3R. Se vê uma trajetória ascendente na produção e o quanto a 3R negocia descontada. No geral, a empresa tem boa execução e, inclusive, no futuro, Papa-Terra inclusive poderia ser vendida depois de um turnaround”, analisa.

Para entender a fundo a visão de Felipe Miranda para os ativos de risco em 2024, assista à live completa clicando aqui.

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.