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Fitch corta nota de crédito dos EUA: qual o impacto para as Bolsas?

A agência de classificação de risco rebaixou a avaliação dos EUA de AAA para AA+, o que não acontecia desde 2011, pós-crise financeira. Entenda por que.

Por Nicole Vasselai

02 ago 2023, 15:52 - atualizado em 02 ago 2023, 15:52

China e EUA
Imagem: Freepik

Ontem (1), a Fitch, agência de classificação de risco, rebaixou a nota dos Estados Unidos de AAA para AA+. Já a perspectiva do rating foi elevada de negativa para estável, sinalizando que a agência de classificação de risco não pretende revisar a situação tão rápido.

Os investidores não gostaram muito da notícia. O S&P 500 cai -1,28% aproximadamente nesta quarta-feira, às 15h, e a Nasdaq derrete -1,1%.

Enzo Pacheco, analista de mercados internacionais na Empiricus Research, lembra que a última vez que os Estados Unidos passaram por um corte na nota de crédito foi em 2011, quando o mercado também foi pego de surpresa. “Mas naquele momento o país estava se recuperando da crise financeira de 2008, então até fazia sentido”.

Já a penalização atual, explica o analista, tem mais a ver com o momento político do país: “Se a gente lembrar, os EUA empurraram a questão da elevação do teto da dívida americana para resolver nos 45 do segundo tempo. Esse tipo de embate político também estava no anúncio da Fitch”.

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Como os investidores podem ler esse corte de nota?

Para Enzo, com o rebaixamento, não necessariamente os investidores irão fugir dos treasury bonds – títulos soberanos americanos -, como não fugiram em 2011.

“Pode ser inclusive que a gente veja um movimento de corrida para os treasuries, porque, ainda que a nota de crédito tenha caído, esse tipo de título pode ser mais seguro, na visão do investidor, do que títulos de países europeus ou até na China, por exemplo. Até porque a economia americana ainda é a maior do mundo e há muito burocracia para investir em determinados países”.

Em relação às Bolsas, o analista também não acredita que o movimento de queda se estenda por muito mais tempo. “Eu vejo essa notícia muito mais como uma justificativa para o investidor realizar lucro do que uma real preocupação de que isso pode gerar um problema maior mais para frente. O S&P 500 sobe 18% no ano, se cair 5%, ainda tem uma valorização relevante“.

Quanto ao Ibovespa, ele vê ainda menos impacto, dada a expectativa a respeito do corte da taxa Selic, prevista para ser anunciada hoje (2).

No entanto, Enzo reforça que a Empiricus Research continuará de olho no mercado nas próximas semanas para avaliar se as estimativas se confirmam.

A explicação completa do analista está disponível no programa de hoje do Giro do Mercado:

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.