O mês de setembro trouxe movimentos significativos para os mercados globais, com destaque para a política de juros, que dominou as discussões ao longo de 2024.
Finalmente, o aguardado corte de juros pelo Federal Reserve aconteceu, com uma redução de 0,50 ponto percentual, o que foi bem recebido pelo mercado norte-americano com S&P alcançando altas máximas.
No entanto, o cenário no Brasil seguiu uma direção oposta, com o Copom decidindo elevar a Selic para 10,75%, levando a uma reação negativa do Ibovespa.
Nesse ambiente global de contrastes, os analistas da Empiricus Gestão comentaram os resultados da família FoFs Melhores Fundos da gestora em transmissão realizada no último dia 10 de outubro.
Finalmente, uma resposta com expectativas atingidas
Entre os principais resultados, o FoF Melhores Fundos Multimercados encerrou o mês com um ganho de 1,52%, com destaque positivo para os fundos Legacy e Kapitalo, enquanto Neo e Clave ficaram do lado negativo.
Já o Melhores Fundos Retorno Absoluto, focado em estratégias multimercado e long buys, acumulou uma rentabilidade de 1,29%, com desempenho destacado de Legacy e Vista, enquanto o fundo Nave apresentou um resultado negativo.
De acordo com o analista Bruno Mérola, o mês de setembro trouxe à tona os movimentos esperados. “Acho que esse mês a gente finalmente viu as coisas acontecerem, o que era esperado, de fato, lá fora e aqui no Brasil”, comentou.
Segundo ele, o comportamento dos fundos multimercados refletiu expectativas bem ajustadas ao cenário: “Os multimercados conseguiram aproveitar isso, o que mostra que talvez eles estivessem com as expectativas corretas do que ia acontecer”.
Fundo Global mantém desempenho impressionante em 2024, apesar de desafios no mês de setembro
O mês de setembro trouxe algumas surpresas para o mercado financeiro global, e o impacto foi sentido nos fundos da família FoFs da Empiricus. Mesmo assim, o Empiricus Melhores Fundos Global continua a se destacar em 2024, apesar de ter encerrado o mês com uma leve perda de -1,58%.
O principal fator por trás desse resultado negativo foi o enfraquecimento do dólar, que afetou a rentabilidade de ativos estrangeiros. De forma semelhante, o Blend, que combina a carteira Multiestratégia com a Global, fechou o mês com uma performance de -1,08%.
Embora os desafios pontuais, o fundo Global continua mostrando força ao longo do ano. Segundo o analista Mérola, “o fundo está fazendo dólar mais 10% até agora, até 7 de outubro”. Ele ainda destacou a importância da mudança na alocação estratégica realizada em março, que foi crucial para o sucesso do fundo.
“Mesmo que a gente tenha reduzido o risco da carteira em março para ter muito menos bolsa do que tinha antes… o fundo tem ido muito bem”, afirmou Bruno, destacando como o fundo conseguiu capitalizar na dinâmica de juros internacionais e ativos de renda fixa.
Essa estratégia incluiu uma redução da exposição à bolsa global – que representava 40% da carteira no ano passado e agora está em 10% – para se concentrar em outros ativos. Mesmo com essa diminuição de risco, o fundo conseguiu se beneficiar de outras classes de ativos, como renda fixa global, commodities e criptomoedas.
Destaques dos outros fundos da família FoF Melhores Fundos
Outros fundos da família FoFs também mostraram resiliência em setembro. O Melhores Fundos Multiestratégia registrou uma leve queda de -0,54%, puxada principalmente pela renda variável, com destaques negativos para Trígono e Bulgaria. Contudo, o Legacy foi o destaque no mês, com um retorno positivo de 3,38%.
Já o Melhores Fundos Conservador obteve uma leve alta de 0,88%, com destaque para os fundos SPX e Seahawk. Bruno destacou que o Seahawk Global “está voando no ano, fazendo CDI mais 6%”. No entanto, ele também alertou sobre o impacto negativo da alocação pré-inflação no fundo: “A carteira de crédito está muito estável, mas a parte de pré-inflação de fato abriu muito e prejudicou o portfólio este ano”.
No setor de previdência, os fundos Nova Superprevidência e Superprevidência registraram leves quedas de -0,90% e -0,83%, respectivamente, influenciados pelas mesmas dinâmicas observadas na carteira multiestratégia. Do lado positivo, destaca-se o CRPT11, o ETF de cripto da Empiricus, e fundos multimercado, enquanto o desempenho negativo foi puxado por renda variável, especialmente Trígono e Bulgaria.
Pesquisa mensal com gestores multimercados aponta mudanças significativas no mercado global
A pesquisa mensal realizada com 41 gestoras de multimercado revelou uma mudança significativa no cenário global. Segundo Bruno, “a bolsa americana hoje é a maior posição entre todos os gestores”, impulsionada pela queda dos juros nos Estados Unidos. Já no Brasil, houve uma redução no otimismo com a bolsa local, que “vinha sendo carregada um pouco acima do neutro, mas agora voltou para o neutro”, enquanto o dólar perdeu força nas carteiras.
No mercado interno, os gestores demonstram preocupação com a alta dos juros. Como Bruno destacou, “os gestores estão apostando que os juros podem chegar a 12%, devido às incertezas fiscais e o aumento da dívida pública”.
Alexandre Alvarenga também chamou atenção para o mercado de crédito, onde muitos gestores estão “em uma posição bem mais neutra”, refletindo o receio de uma possível abertura dos spreads, o que pode gerar um evento de crédito mais relevante nos próximos meses.
Para o futuro, as carteiras da Empiricus já começaram a se ajustar. Bruno mencionou que a estratégia da casa inclui “reduzir a parcela de crédito high grade” e aumentar a alocação em ações, além de apostar em fundos com maior liquidez e diversificação para enfrentar o cenário de juros elevados no Brasil.
Para conferir todos os detalhes dos resultados da família de FoFs da Empiricus, assista à transmissão completa no vídeo abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=4kegQcr_66M