Após um período de baixas, junho trouxe um alívio significativo para os investidores, resultando em um aumento de 1,14% para o fundo Carteira Universa. Este desempenho positivo foi impulsionado principalmente pelo mercado de equities e uma forte recuperação da seleção de ações.
Em live, os gestores e analistas da Empiricus discutiram os resultados e expressaram otimismo para o restante do ano.
Blindagem contra manchetes negativas
Na transmissão, Felipe Miranda, CIO da Empiricus Research, destacou que, apesar das manchetes negativas como a alta do dólar, incertezas fiscais e ofensivas retóricas contra o Banco Central, o mês foi bastante positivo para o fundo.
Felipe explicou que a rotação para a renda fixa doméstica e a desalavancagem global encerraram-se, beneficiando a bolsa brasileira. “Tanto a rotação para a renda fixa doméstica, quanto para, em termos da desalavancagem global, também parece ter se encerrado e isso foi bastante positivo”, disse ele.
Com níveis de preços atrativos e uma posição técnica, ele destacou que qualquer movimentação positiva teve um impacto significativo, resultando em uma boa performance da bolsa.
No entanto, observou que outros ativos locais não tiveram o mesmo desempenho, mencionando a alta do dólar, impulsionada tanto por fatores globais quanto locais. “A gente teve o dólar disparando, esse sintomático R$5,70, que atingiu ontem. Acho que aqui tem um dólar forte no mundo, mas tem muito do nosso fator local”, explicou Felipe.
Apesar do aumento do dólar e dos juros futuros, o CIO destacou a capacidade do fundo de se blindar desses movimentos, beneficiando-se do cenário de alta do dólar e da bolsa. “A nossa diversificação, esse cenário dólar para cima, bolsa para cima, não é ruim para a gente. A gente conseguiu nos blindar dessa abertura da curva de juros”, comentou.
Ele mencionou que a diversificação do fundo permitiu um desempenho robusto. “As carteiras andaram super bem hoje, as carteiras de bolsa subindo bem mais que o índice, o dólar caindo bem”, ressaltou Felipe, demonstrando que o Brasil está barato e atraente para investimentos, conforme também afirma: “O que me dá claramente a impressão de que o Brasil está verdadeiramente barato”.
Book de ações foi o principal doador de performance
O destaque da boa performance do fundo ficou para a carteira de ações, mesmo com um início de mês desfavorável para a bolsa brasileira.
“Nas primeiras duas semanas a gente teve um movimento bem ruim para a bolsa brasileira e nas duas últimas semanas de junho a coisa começou a mudar de figura depois que a gente teve aquele COPOM unânime”, comentou Larissa Quaresma, analista da Empiricus.
A decisão unânime do COPOM de encerrar o ciclo de corte de juros trouxe confiança ao mercado, mostrando a capacidade do Banco Central de tomar decisões técnicas e manter o compromisso com o controle da inflação.
Entre as ações que se destacaram, Larissa mencionou a alta Direcional (DIRR3) de 8% e PetroRio (PRIO3), que subiu 5% em junho. Ela também destacou o desempenho positivo do Itaú (ITUB4), que é um “play defensivo em momentos de maior estresse”, e da Equatorial (EQTL3), que foi a única ofertante para ser acionista de referência da Sabesp, em processo de privatização.
Larissa enfatizou a importância da escolha criteriosa de ações neste momento: “Eu sigo bem confiante com não só a nossa seleção de ações, mas todos os ativos que a gente tem dentro da Carteira Empiricus e Carteira Universa”.
João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, complementou, mencionando que, apesar do bom desempenho dos ativos de risco, alguns ativos de renda fixa sofreram no mês. “Um ativo que tirou um pouco da performance da carteira nesse mês foram as NTNBs, que é Tesouro e inflação, que acabaram afetando bastante o portfólio”, explicou. A abertura da curva de juros, influenciada por ruídos políticos e pelo aumento dos juros americanos, afetou negativamente a renda fixa atrelada à inflação e os pré-fixados na virada do mês.
Henrique Cavalcante, também analista da Empiricus, reforçou a importância dos casos específicos e como o mercado tem reagido às notícias microeconômicas, conforme disse: “Uma coisa que a gente reparou no mês de junho […] é que o mercado tem reagido às notícias micro”.
Ele citou o exemplo da Magazine Luiza (MGLU3), que subiu 11% no dia após anunciar uma parceria com a Aliexpress e mencionou a forte reação do mercado após notícias do investimento da Equatorial (EQTL3) na Sabesp e da valorização de terras da SLC (SLCE3).
Henrique também destacou a proximidade da temporada de resultados, prevista para agosto, e expressou uma visão positiva para o segundo semestre. “Essa percepção de que os investidores estão olhando e estão reagindo em relação ao micro, eu acho que é muito importante, dado que no cenário geral, a maior parte das nossas empresas, a gente espera resultados positivos e surpresas em relação ao consenso”, concluiu.
Perspectiva otimista para o segundo semestre
Felipe expressou otimismo para o segundo semestre, ressaltando a possibilidade de um ambiente favorável caso a política fiscal melhore e o cenário internacional continue a arrefecer. “Se continuarmos nessa toada, aí acho que a gente pode ter um segundo semestre realmente fabuloso”, afirmou.
Ele mencionou a expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, o que poderia criar um ambiente ainda mais positivo para a bolsa brasileira. “Me parece um tanto claro que as últimas indicações da economia americana são de que há um arrefecimento da atividade”, disse.
Complementando, João também demonstrou otimismo, principalmente para os ativos de risco e que o investidor “deve encontrar aqueles valuations que agora parecem super baratos”.
Durante a transmissão, também foram respondidas dúvidas de investidores a respeito da composição do fundo, fluxo de investidores estrangeiros e movimentos de mercado. Para assistir ao vídeo completo, é só dar play abaixo.