O bom momento dos ativos de risco brasileiros se reflete nas perspectivas otimistas de grandes players do mercado. A tradicional pesquisa da Empiricus Research com gestores de fundos de investimento multimercado mostra um entusiasmo com a Bolsa que não se via desde outubro de 2022, antes das eleições.
O levantamento é realizado pela casa desde junho de 2021 e aponta o nível de otimismo e pessimismo de 41 gestores com relação a cada classe de ativos do mercado, separados entre Brasil e Estados Unidos.
Como mostra o heatmap, as perspectivas deste mês são as mais otimistas desde outubro – principalmente para a Bolsa. “A conversa que temos escutado dos gestores é que vamos para um cenário bem melhor do que estávamos vivendo”, aponta a analista Rafaela Ribas, da Empiricus Research.
Como temos frisado, os motivos para o otimismo com a Bolsa são sólidos. Os números relacionados à inflação surpreenderam positivamente, o que contribui para o iminente corte da taxa básica de juro brasileira, Selic, no segundo semestre.
A provável pausa do ciclo de alta nos EUA e a expectativa de estímulos ao mercado por parte da China também sustentam o movimento.
Fundos de investimentos de ações devem ser os mais beneficiados pelo bull market
Por conta disso, Rafaela reforça que os fundos de investimento que mais se beneficiarão com o otimismo generalizado são os de ações e multimercados. “Inevitavelmente, com todo o mercado positivo, os fundos sobem junto”, avalia.
No entanto, por mais que seja tentador se expor ao risco para ter a possibilidade de maiores ganhos, a analista prega cautela. “Por mais que estejamos em um momento de otimismo, estamos num país emergente, e lá fora o cenário não está dos melhores. Existe a possibilidade de as coisas piorarem”.
É importante que o investidor preze pela diversificação e respeite o seu perfil de risco. “Se não tem esse apetite a risco, não deve colocar muito dinheiro nos fundos de investimento de ações, que são mais voláteis”, enfatiza Rafaela.
Por isso, ela defende uma carteira com “um pouco de tudo”. “Por mais que a gente goste da Bolsa e seja interessante ir mais fundo, não podemos esquecer dos títulos pré-fixados e da renda fixa como um todo”.
Nunca é demais lembrar: uma carteira de investimentos bem montada deve sempre levar em consideração o cenário como um todo em um horizonte maior de tempo. “Temos que olhar numa janela de 3 a 5 anos para que o investimento faça sentido”, finaliza.
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Confira aqui a entrevista completa de Rafaela Ribas no Giro do Mercado:
