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‘Gangorra’ do Ibovespa: veja o que pode ajudar ou atrapalhar a bolsa de valores nos próximos dias

Fique por dentro dos principais fatores que podem balançar a “gangorra” que o Ibovespa brinca nas últimas semanas.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

03 set 2024, 15:34 - atualizado em 03 set 2024, 15:34

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Imagem: iStock/ Nuthawut Somsuk

O Ibovespa parece se encaminhar nesta terça-feira (3) para o seu quarto pregão consecutivo de queda, rondando os 134,6 mil pontos às 15h10. Em contrapartida, o mês de agosto também teve um início turbulento, até o principal índice da bolsa se recuperar e fechar com um ganho mensal de 6,5%.

Essa “gangorra” de preço dos ativos tem balançado de acordo com a melhora nas condições monetárias nos EUA, resoluções do Banco Central do Brasil e encaminhamentos fiscais. A seguir, confira os principais detratores e impulsionadores do índice Ibovespa hoje:

O que puxa o Ibovespa para baixo?

A desconfiança que ainda reside sobre o fiscal brasileiro parece ser um dos principais pontos que “travam” a subida do Ibovespa, segundo o analista de bolsa brasileira da Empiricus Research, Matheus Spiess. 

O analista destaca especialmente a Proposta de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025, que entre os planos de aumento na arrecadação do governo está:

1- aumento das alíquotas da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de +1% para empresas em geral e de +2% para instituições financeiras;

2- elevação da alíquota do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre JCP de 15% para 20%.

Enquanto a primeira proposta apresenta taxas duas vezes maiores do que era esperado, a última implica numa expectativa de arrecadar aproximadamente R$ 21 bilhões em 2025 com os proventos. Ambas as medidas, segundo Spiess, ainda seguem incertas de aprovação, por resistência política. 

“Mesmo a compensação pela desoneração, que já foi acordada, ainda depende da aprovação dos parlamentares, introduzindo um elemento de incerteza sobre o sucesso dessas propostas no orçamento, o que pode gerar ruídos fiscais no semestre, conforme já antecipado”, comenta o analista em sua coluna no portal de notícias Seu Dinheiro

Por fim, o analista pontua que o início do ciclo do corte de juros dos Estados Unidos, que deve engatar na próxima reunião dos dirigentes do Federal Reserve, destoa da nova previsão de  subida da Selic. Contudo, o analista ressalta que a mudança para um tom menos agressivo por parte do presidente do BC, Roberto Campos Neto, pode indicar que haverá ajustes graduais na taxa. 

Fatores que podem alavancar o IBOV

Apesar de tais incertezas, Spiess enxerga pontos positivos para a bolsa de valores brasileira nos próximos meses. 

“Observamos que a economia tem se mostrado mais resiliente do que o esperado, mesmo diante das altas taxas de juros”, comenta o analista. Para ele, o crescimento econômico que o Brasil está apresentando, ilustrado pelo PIB do segundo trimestre deste ano, que superou a mediana do consenso do mercado, é um dos destaques. 

“O mercado de trabalho continua aquecido, o que tem contribuído para manter a inflação relativamente sob controle”, comenta Spiess. De olho no médio a longo prazo, o analista aponta que a “postura mais assertiva” de Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC, também ajudou a ancorar as expectativas sobre a política monetária nacional, “reforçando o otimismo entre os investidores”.

“Esse cenário de queda nas taxas internacionais, combinado com uma postura firme do Banco Central do Brasil, tem sido um suporte fundamental para o desempenho positivo dos ativos locais”, completa o analista. 

No ritmo que anda o Ibovespa, vale a pena conhecer as 10 ações da bolsa de valores recomendadas pela equipe da Empiricus Research para buscar lucros na bolsa nos próximos meses. Esta pode ser uma oportunidade de adquirir estes ativos “na baixa”, antes que os pontos positivos mencionados se concretizem. A lista gratuita com os 10 nomes está disponível aqui.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.