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Gerdau (GOAU4) divulga resultado neutro do 2T24, mas traz sinais positivos para o segundo semestre; confira

Apesar dos desafios no mercado doméstico, a Gerdau continua a mostrar resiliência e adaptação.

Por Henrique Cavalcante

01 ago 2024, 11:28 - atualizado em 01 ago 2024, 11:28

Gerdau (GGBR4)
Imagem: Divulgação/Facebook Gerdau

A Gerdau (GOAU4) divulgou um resultado neutro frente às expectativas no 2T24. Em relação ao primeiro trimestre, o momento operacional da companhia pouco se alterou: a operação na América do Norte segue resiliente e sustentando o resultado, enquanto o Brasil continua com margens depreciadas em função do cenário competitivo.

Receita líquida de Gerdau subiu 2,5% no trimestre

As vendas de aço ficaram estáveis em relação ao 1T24 (-0,5%) em 2,7 milhões de toneladas. A receita líquida, beneficiada pela desvalorização do real frente ao dólar e por um mix de produtos melhor na ON Brasil, avançou 2,5% na comparação trimestral, para atingir R$ 16,6 bilhões.

O Ebitda ajustado foi de R$ 2,6 bilhões (-6,7% vs 1T24), impactado principalmente pelo custo de vendas mais elevado, devido à pressão cambial nos custos de vendas e menor diluição de custos. Além disso, houve um impacto não recorrente de R$ 131 milhões relacionado à hibernação de plantas no Brasil para readequar a capacidade produtiva frente ao cenário atual. No segundo semestre, acreditamos que essas readequação vão passar a ter reflexo positivo nos números.

América do Norte correspondeu a 52% do resultado consolidado

Por linha de negócio, no Brasil (20% do Ebitda consolidado), a margem Ebitda foi de 8,7%, levemente abaixo do trimestre anterior. Com a hibernação das plantas e readequações de capacidade produtiva, além dos custos incorridos para implementá-las, o volume de exportação foi afetado negativamente.

Já na América do Norte, responsável por 52% do resultado consolidado, a margem Ebitda de 21,2% (-3,2 p.p. vs 1T24) foi pressionada pelo nível de preços mais baixo no mercado norte-americano e pela pressão cambial nos custos de venda. Contudo, a operação segue em patamar saudável e evidenciando o bom momento da operação.

Na ON América do Sul, a margem Ebitda ajustada atingiu 16,2% no 2T24, 7,9 p.p. inferior ao trimestre anterior. Apesar do aumento no volume de vendas, a retração dos resultados foi puxada pelo menor preço do aço, aumento no preço da sucata e custos fixos mais elevados em função de paradas de manutenção.

Por fim, o segmento de Aços Especiais apresentou desempenho positivo, com margem Ebitda de 19,0%, avanço de 2,1 p.p em relação ao 1T24, impulsionado pelo aumento de volume de vendas e custos mais controlados.

Gerdau teve boa geração de caixa no 2T24

A geração de caixa no trimestre agradou. Apesar de pequena, registrando fluxo de caixa livre de R$ 89 milhões, reverteu a queima de caixa vista no trimestre anterior (-R$ 660 milhões). E isso foi visto como um ponto de atenção. A melhora é reflexo, principalmente, de uma melhor gestão do capital de giro no trimestre.

O que achamos do resultado de Gerdau?

Em resumo, vimos um resultado dentro das expectativas e parecido com o 1T no qualitativo. Olhando para frente, acreditamos que a Gerdau deve apresentar números sequencialmente mais saudáveis. A operação norte-americana deve manter seu bom momento operacional e, principalmente, a brasileira se recuperando de um de seus piores momentos.

Os ajustes e readequações na ON estão sendo implementados e acreditamos que devem começar a refletir positivamente nos próximos trimestres. Além disso, o novo regime de cotas de importação ainda não teve efeito no 2T, e também deve ajudar o resultado no Brasil.

Apesar dos desafios no mercado doméstico, a Gerdau continua a mostrar resiliência e adaptação. Negociando a 3,8 vezes EV/Ebitda para 2025 e com melhores perspectivas operacionais, acreditamos que a empresa oferece uma assimetria positiva nos preços atuais. A Gerdau (GOAU4) segue como uma recomendação de compra da Empiricus Research.

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Sobre o autor

Henrique Cavalcante

Economista e pós-graduando em Finanças Corporativas pelo Insper, é Analista de Ações na Empiricus desde 2021 e possui a certificação CNPI. Integra as equipes das séries As Melhores Ações da Bolsa e Carteira Empiricus, cobrindo empresas de diferentes setores da economia. Possui experiências anteriores em áreas financeiras na PepsiCo e Santander.