Outubro foi um dos meses mais conturbados não só para a Bolsa local, mas para o mundo, dada a eclosão do conflito Israel-Hamas e a continuação da alta dos treasuries americanos. Esses fatores, somados às incertezas fiscais do Brasil, levaram o Ibovespa, principal índice de ações brasileiras, a encerrar o mês no negativo, em -2,93%, aos 113.143 pontos.
Além disso, o petróleo voltou a ser protagonista em um primeiro momento. Os preços do barril dispararam e voltaram a tocar suas máximas. “Como sempre acontece durante conflitos bélicos, a commodity se torna o ativo favorito dos hedge funds”, comenta João Piccioni, head da Empiricus Gestão. Porém, a preocupação com as economias europeia e chinesa passou à frente e o “momentum” se dissipou; no mês fechado, o preço do barril de petróleo do tipo Brent caiu 7,69%.
Confira o ranking das 10 ações que mais subiram em outubro
A seguir, você pode conferir as ações que conseguiram ficar no positivo em meio às quedas do mês.
| Ranking | Empresa | Ticker | Variação |
| 1 | Gol | GOLL4 | 29,95% |
| 2 | JBS | JBSS3 | 10,97% |
| 3 | Ultrapar | UGPA3 | 9,33% |
| 4 | CVC | CVCB3 | 7,00% |
| 5 | CSN Mineração | CMIN3 | 6,80% |
| 6 | Telefônica Vivo | VIVT3 | 5,31% |
| 7 | Santander | SANB11 | 4,75% |
| 8 | BRF | BRFS3 | 4,71% |
| 9 | Vibra | VBBR3 | 4,65% |
| 10 | Pão de Açúcar | PCAR3 | 3,14% |
Santander (SANB11) melhorou a inadimplência no 3T23
No último dia 25, o Santander reportou seu resultado operacional referente ao terceiro trimestre de 2023, sobre o qual o mercado reagiu positivamente. De forma similar aos trimestres anteriores, o lucro antes dos impostos ficou abaixo da expectativa; mas a linha final foi ajudada por impostos mais baixos, levando o lucro líquido ajustado a superar o consenso: R$ 2,7 bilhões, com ROE (retorno sobre patrimônio líquido) de 13,1%.
Além disso, houve uma melhoria gradual na inadimplência, pela primeira vez em vários trimestres. Embora, segundo a analista Larissa Quaresma, da Empiricus Research, a redução não tenha sido suficiente para entregar um bom resultado operacional.
“Ainda precisamos ver uma melhora mais intensa na margem com o mercado e na inadimplência para enxergar o Santander voltando aos seus tempos de ROE perto de 20%”, afirma.
Atualmente, a Empiricus Research tem uma visão neutra para a ação de Santander (SANB11), que negocia a 7x seu lucro estimado para 2024. A especialista conta que prefere o papel de outro banco, que inclusive se destaca na distribuição de dividendos. Saiba por que neste vídeo gratuito.
Vivo (VIVT3) já era recomendação da Empiricus Research para buscar dividendos
Após a possibilidade de redução de capital da Vivo ter sido aprovada por parte da Anatel, em setembro, e a companhia ter anunciado o valor final da rede móvel de Oi, no início de outubro, o mercado se animou.
Ambas as notícias foram positivas, uma vez que tendem a impulsionar (ainda mais) a distribuição de dividendos de Vivo.
Segundo explica Richard Camargo, analista da Empiricus Research, ajustada pelo CDI do período, a venda do ativo móvel de Oi resultará em uma reversão positiva no resultado (provavelmente já no 3T23) de R$ 277 milhões, o que vai ajudar o lucro líquido da companhia e, consequentemente, os proventos.
Com isso, a Vivo deve distribuir esse capital em forma de proventos para os acionistas, explica o especialista.
“Isso significa que pelos próximos dois ou três anos a Vivo vai ter um volume de R$ 5 bilhões a mais que vão ser distribuídos para os acionistas. Digamos que ela divida esse montante nos próximos anos, estamos falando de um aumento entre 2% e 3% do dividend yield para uma empresa que já pagava bons dividendos. Estamos falando de um yield que pode aumentar para a casa dos 10% nos próximos 2 anos”.
Por conta disso, em meio a um outubro conturbado, as ações subiram 5,31%.
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