Investimentos

Golaço no 4T23? Grupo SBF (SBFG3) expande lucro líquido em 140% anualmente

No 4T23, a dona de Centauro e Fisia (Nike) conseguiu normalizar níveis de estoque, melhorou muito sua alavancagem financeira e entregou crescimento.

Por Henrique Cavalcante

19 mar 2024, 10:39 - atualizado em 20 mar 2024, 12:36

Grupo SBF centauro nike SBFG3 (1)
Imagem: Divulgação/Centauro/Marcelo Pereira

O Grupo SBF (SBFG3) divulgou seus números do 4T23, que vieram bem acima do consenso e das nossas projeções (que já eram mais elevadas).

Em um ano de ajustes, vimos no 3º tri um ponto de inflexão e, agora, nos últimos 3 meses do ano, uma sólida performance operacional e endereçamento dos principais pontos de atenção da tese de investimento.

Fisia (Nike) cresceu sua receita líquida em 22% em 12 meses

A receita líquida consolidada avançou 7,4% na comparação anual, para R$ 2,1 bilhão.

O principal propulsor, assim como nos últimos trimestres, foi a Fisia (Nike), que entregou um forte crescimento anual de 22% — e robustos 24% de SSS (vendas nas mesmas lojas) e 45% de GMV (volume bruto de mercadorias) no digital —, compondo 57% do resultado do Grupo.

A Centauro, em função dos ajustes no tamanho e na rentabilidade da operação, ficou com a receita 7% menor.

Estoques de SBF voltaram para patamar saudável

O Grupo entregou uma margem bruta ajustada de 46,0%, queda anual de -1,6 p.p, refletindo os descontos mais agressivos na Fisia para reduzir o nível de estoques, que encerraram o ano em patamar bem saudável.

A Centauro, por outro lado, mitigou parte do impacto negativo através da recuperação nas suas margens (+1,2 p.p), em linha com o plano de recomposição de rentabilidade do negócio.

O Ebitda ajustado foi de R$ 292 milhões, com margem avançando para 13,7% (+2,3 p.p vs 4T22), apesar da contração na margem bruta.

SBF conseguiu expandir seu lucro em 140% na comparação anual

Isso porque a companhia entregou novamente uma forte redução nas despesas operacionais, que ficaram em 32% da receita líquida (-3,9 p.p vs 4T22), em função das otimizações no tamanho da operação.

No fim, o lucro líquido foi de R$ 136 milhões, crescimento anual de 140%.

A geração de caixa operacional também foi destaque, em R$ 950 milhões no trimestre, impulsionada pelo forte ajuste nos estoques, que beneficiou o capital de giro da companhia. O fluxo de caixa livre também foi positivo, em R$ 713 milhões.

A alavancagem financeira, tema que era bastante sensível para a tese, encerrou 2023 em 1,35x dívida líquida/Ebitda (em junho, era superior a 3,0x).

O que achamos dos resultados de Grupo SBF?

Em resumo, vimos no trimestre o plano de ação comunicado pela companhia sendo executado com muita eficácia:

1) Nike com sólido crescimento e Centauro recuperando rentabilidade;

2) estoques normalizados e alavancagem financeira em nível mais do que saudável.

Olhando para frente, o Grupo SBF entra em 2024 com a casa arrumada para entregar bons resultados, após os ajustes implementados no último ano.

Além do forte vetor de crescimento relacionado a saúde e bem-estar, a companhia poderá voltar a recompor preços na Nike e explorar ainda mais o crescimento da marca no país, o qual acreditamos estar ainda bem aquém do potencial.

Vale destacar também que as despesas financeiras ainda consomem cerca de 30% do resultado operacional da companhia. Com a queda da Selic em curso, os lucros da companhia deverão ser bem beneficiados.

Negociando a atrativas 10x os seus lucros projetados para esse ano e pronto para colher bons frutos, o Grupo SBF (SBFG3) é uma recomendação de compra da Empiricus Research.

Até o final de março, outras empresas listadas ainda vão reportar seus resultados do 4T23 – como Cosan, Equatorial, Desktop e Vivara. Para receber em primeira mão nossa análise, clique aqui.

Sobre o autor

Henrique Cavalcante

Economista e pós-graduando em Finanças Corporativas pelo Insper, é Analista de Ações na Empiricus desde 2021 e possui a certificação CNPI. Integra as equipes das séries As Melhores Ações da Bolsa e Carteira Empiricus, cobrindo empresas de diferentes setores da economia. Possui experiências anteriores em áreas financeiras na PepsiCo e Santander.