Ontem (25), o Google (Nasdaq: GOOGL | B3: GOGL34) divulgou seus resultados referentes ao segundo trimestre de 2023.
Depois de alguns trimestres difíceis, a big tech enfim desencantou.
No consolidado, a receita total foi de US$ 74,6 bilhões, um crescimento de 7% na comparação anual e 9% em moeda constante.
Se você não acompanhou todos os debates envolvendo o Google, eu te atualizo: o começo de 2023 foi marcado pela primeira incursão concorrencial realmente importante contra o monopólio do mecanismo de buscas.
Impulsionado pelo sucesso do ChatGPT, a Microsoft fez upgrade em mecanismos de buscas, o Bing, para incorporar a função do chatbot.
No mercado, emergiu a narrativa de que o novo concorrente (dá para dizer que é novo mesmo, dado o tamanho da remodelagem no Bing), seria um detrator importante dos resultados do Google.
Google Search
Pelo que vimos neste 2T23, o Google Search segue tão forte quanto antes.
No trimestre, o segmento apresentou um crescimento de 5%, com receitas totais de US$ 42,6 bilhões.
De acordo com dados da Statcounter, o market share do Google no segmento de mecanismos de busca era de 92,5% ao final do 2T23.
YouTube
No Youtube, depois de três trimestres consecutivos de queda nas receitas, enfim um alívio.
As receitas totalizaram US$ 7,6 bilhões, crescimento de 4% versus o ano passado e 2% versus o trimestre imediatamente anterior.
Como sabemos, o Youtube sofreu nos últimos trimestres devido à forte desaceleração nos gastos de marketing de “branding”, que são mais discricionários por natureza e são os primeiros a serem reduzidos quando é preciso cortar custos.
O que o resultado do streaming nos sugere é que as empresas estão, assim como o mercado, considerando cada vez mais remota a possibilidade de uma recessão e voltando a investir.
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Google Cloud
O Google Cloud, divisão de infraestrutura em nuvem da companhia, somou US$ 8,1 bilhões em receitas, crescimento de 25%, um ritmo excelente dado o atual ambiente de cautela entre os clientes e acima do esperado pelo mercado.
No último trimestre, a vertical havia apresentado sua primeira margem operacional positiva; agora, a divisão começa a entregar resultados: foram US$ 395 milhões em EBIT, versus um EBIT negativo de US$ 590 milhões no 2T22.
Nos próximos trimestres, esperamos que essa rentabilidade siga melhorando.
Resultado operacional consolidado
O resultado operacional consolidado do Google foi de US$ 21,83 bilhões, um crescimento de 12% na comparação anual. A margem operacional foi de 29%, o que representa uma expansão de 4 pontos percentuais frente ao trimestre imediatamente anterior.
Além da alavancagem operacional, no último trimestre o Google incorreu em gastos extraordinários de US$ 2,5 bilhões relativos à desocupação de imóveis no mundo inteiro e aos layoffs realizados no começo deste ano.
Como essas despesas não se repetiram, a margem se normalizou.
Ao final, o lucro por ação do Google no 2T23 foi de US$ 1,44, bem acima do US$ 1,32 esperado pelo mercado.
Em resposta aos números resilientes, à boa rentabilidade e retorno a uma trajetória de crescimento mesmo num trimestre marcado por alta incerteza, as ações sobem cerca de 7% no pregão noturno.
Negociado a cerca de 22 vezes os lucros estimados para os próximos 12 meses, as ações do Google fazem parte do portfólio do Investidor Internacional da Empiricus Research.