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Grupo SBF (SBFG3): ação está decolando em 2024 e tem motivos para subir ainda mais; confira as perspectivas

A dona de Centauro e Fisia continua firme no propósito de potencializar seu lucro líquido e aliviar sua alavancagem; o papel de SBF sobe 51% no ano

Por Henrique Cavalcante

11 set 2024, 12:10 - atualizado em 11 set 2024, 12:10

Grupo SBF centauro nike SBFG3 (1)

Imagem: Divulgação/Centauro/Marcelo Pereira

Nesta semana, conversamos com o time de relações com investidores do Grupo SBF (SBFG3). Em linha com o que tem sido comunicado pela gestão, o plano operacional de desalavancagem financeira e maximização do lucro líquido segue firme, reforçando a nossa visão positiva para a companhia.

Expansão de margem bruta de Fisia segue ajudando a potencializar o lucro de SBF

O principal vetor para atingir esses dois objetivos permanece sendo a expansão da margem bruta, principalmente na Fisia. A recomposição de preços nos produtos da Nike continuará sendo implementada e, mesmo que não na mesma magnitude do primeiro semestre, enxergamos ainda um espaço considerável para melhorar a rentabilidade da operação, mesmo após atingir sua melhor margem histórica no 2T24.

Fonte: Empiricus e SBF

Centauro continua focada no lucro por metro quadrado

Existem oportunidades também na Centauro, que apresenta uma recuperação sequencial importante da rentabilidade esse ano através de otimizações na precificação e no mix. A mensagem é foco total no lucro por metro quadrado. Assim, uma evolução mais marginal da rentabilidade está no radar com a continuidade do plano estratégico.

Com a rentabilidade em foco, o crescimento não deve ser destaque esse ano. O que não quer dizer que será ruim, ainda mais considerando que o varejo não está no seu momento mais pujante e o forte de margens que está sendo entregue. Em nossa visão, crescer 1 dígito esse ano é um preço pequeno frente aos benefícios que estão sendo colhidos nas outras linhas do resultado.

Endividamento de SBF cada vez mais saudável

Em relação ao nível de despesas operacionais, no segundo semestre o ganho de eficiência já estará em bases comparáveis. A companhia realizou um ajuste relevante em sua estrutura corporativa no 2S23 e, até o trimestre passado, vimos uma expansão significativa da margem Ebitda na comparação anual. Agora, a expectativa é de mais estabilidade.

No lucro líquido, a redução da dívida líquida com a geração de caixa deve seguir contribuindo para a melhora do resultado financeiro e melhorando a última linha do resultado.

O que esperar de Grupo SBF em 2025?

Olhando para 2025, por ora, a estratégia corporativa segue voltada para o aumento da rentabilidade. Acreditamos que o principal ajuste de margem bruta será concluído em 2024 e, no ano que vem, o capital de giro será uma alavanca mais importante. A linha de estoques, já normalizada, possui uma série de oportunidades ligadas a logística própria recém-implementada na Fisia e a desembaraços de mercadorias no mar.

No cenário atual, em que devemos ter uma retomada do aperto monetário e Selic elevada por mais tempo, prezar pela geração de caixa é uma escolha segura. Contudo, se o Grupo fechar esse ano próximo do caixa líquido (DL/Ebitda < 0x), cenário que não atribuímos uma baixa probabilidade, vemos com bons olhos um potencial ritmo mais elevado de aberturas de lojas físicas da Nike, que ainda conta com um portfólio bastante enxuto no país.

Por fim, mesmo após o forte rali das ações do Grupo SBF esse ano (+51%), seguimos construtivos com a tese. Em nossas estimativas, a companhia negocia em torno de 8x lucros para 2025, bem abaixo dos seus pares, que negociam em torno de 12x, apesar do excelente momento operacional. SBFG3 segue na carteira.

Sobre o autor

Henrique Cavalcante

Economista e pós-graduando em Finanças Corporativas pelo Insper, é Analista de Ações na Empiricus desde 2021 e possui a certificação CNPI. Integra as equipes das séries As Melhores Ações da Bolsa e Carteira Empiricus, cobrindo empresas de diferentes setores da economia. Possui experiências anteriores em áreas financeiras na PepsiCo e Santander.