O Grupo SBF (SBFG3), dona de Centauro e Fisia (Nike Brasil), divulgou seu resultado referente ao 3T23, que veio bem acima das nossas expectativas e do mercado.
Receita líquida expandiu 22% na comparação anual e 13% contra o 2T23
A receita líquida consolidada do grupo foi de R$ 1,8 bilhão, um crescimento de 22% versus o 3T22 e de 13% na visão sequencial, mostrando que a companhia conseguiu acelerar o processo de redução de seus estoques, que era o principal questionamento do mercado em relação aos últimos resultados do grupo.
Pela ótica das unidades de negócio, a receita líquida da Fisia (Nike) totalizou R$ 1,1 bilhão no trimestre (+47% vs 3T22). Os principais destaques foram os canais de lojas físicas e digital, que cresceram 83% e 63%, respectivamente. Enquanto o desempenho do primeiro foi explicado principalmente pela inauguração de 19 lojas Nike nos últimos 12 meses, o segundo foi beneficiado pela estratégia de preços mais agressivos praticada pela companhia.
Por outro lado, o desempenho da Centauro foi inferior, registrando um faturamento de R$ 883 milhões, crescimento de 1,6% na comparação anual – em linha com a estratégia da companhia de privilegiar o crescimento da Fisia. No trimestre, as lojas físicas da Centauro apresentaram um sss de 5,9% (acima da inflação), enquanto a plataforma digital decresceu -12% em termos de receita e de -5% em volume bruto de mercadoria (GMV).
Neste trimestre, a margem bruta de Centauro atingiu 47,1%, um crescimento de 0,3 pontos percentuais em relação ao 3T22, mas uma redução na comparação sequencial. No caso da Fisia, a margem bruta foi de 41,8%, queda de 1,3 pontos percentuais na comparação anual. Ambos os movimentos estão em linha com a estratégia de aumentar o markdown e focar em produtos de menor giro, auxiliando a melhora na qualidade do estoque.
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Grupo SBF conseguiu diluir despesas
Embora Grupo SBF tenha apresentado bons indicadores em diversas linhas, o grande destaque do resultado foi o aumento na diluição de despesas pelo grupo, fazendo com que o indicador de despesas por receita líquida totalizasse 37%, queda de 4,4 pontos percentuais em relação ao 3T22 e de 4,6 pontos percentuais em relação ao trimestre passado. Os principais ajustes foram: redução de quadro em todas as áreas da companhia, renegociação de contratos com fornecedores, aumento de rentabilidade do canal digital, encerramento de lojas deficitárias e redução de investimentos em marketing.
Ebitda aumentou em 49% na sequência trimestral
Dessa forma, o Ebitda alcançou R$ 240 milhões, crescimento de 49% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Já o lucro líquido foi de R$ 71 milhões, crescimento de 53% e muito acima do esperado pelo consenso de mercado, que era de R$ 7 milhões.
Por fim, é importante também comentar que a companhia gerou R$ 115 milhões de caixa operacional, de modo que a alavancagem passou de 3,35x para 2,98x no trimestre. Como o 4T é o trimestre mais importante para o varejo, é esperado que a companhia termine o ano com uma alavancagem ainda mais controlada, retirando de vez as dúvidas do mercado em relação a uma possível necessidade de capitalização.
Nossa visão sobre o resultado de Grupo SBF
O resultado está longe de ser brilhante e do potencial de uma empresa do porte do Grupo SBF. Contudo, dado os desafios operacionais enfrentados pela companhia no ano e das expectativas bastante baixas do mercado, acreditamos que essa foi uma importante sinalização de que a operação está de volta aos eixos. Negociando a múltiplos extremamente descontados, Grupo SBF (SBFG3) segue como uma indicação de compra da Empiricus Research.