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Investimentos

Hapvida (HAPV3): como reajuste de dois dígitos nos planos corporativos impacta a companhia

Fernando Ferrer, analista da série As Melhores Ações da Bolsa, enxerga a notícia como positiva para HAPV3 e explica tese

Por Nicole Vasselai

06 abr 2023, 14:03 - atualizado em 06 abr 2023, 14:22

saúde - Hapvida (HAPV3)
Fonte: Unsplash

No último sábado (1), a ANS (Agência Nacional de Saúde) divulgou seu relatório periódico com o reajuste médio aplicado pelas seguradoras de saúde nos planos corporativos entre dezembro/22 e fevereiro/23, o que afeta ações do setor, como é o caso de Hapvida (HAPV3), presente nas carteiras da Empiricus Research.

Em média, o setor corrigiu o preço dos contratos dos convênios em 11,3%, com destaque para Bradesco e SulAmérica, com 22,3% e 16,6%, respectivamente. A Hapvida reajustou mais próximo da média, com 13,3%.

O investidor pode se questionar como esse reajuste impacta as ações da companhia.

Fernando Ferrer, especialista em ações e analista da casa, enxerga a notícia como positiva para HAPV3 e como o principal gatilho para a recuperação da confiança dos investidores no case. “Operacionalmente, um reajuste de 2 dígitos é estritamente necessário para a companhia reduzir seu nível de sinistralidade-caixa, que hoje se encontra no maior nível histórico em 73% [segundo resultados do 4T22]”.

Além disso, o analista acredita que o reajuste mais próximo da média também deve ser positivo para a Hapvida. Isso porque existe um trade-off entre preço e número de beneficiários: “reajustes mais altos implicam em um maior índice de não renovação”, explica. Devido a sua estrutura verticalizada, a sinistralidade da Hapvida, apesar de elevada, ainda é substancialmente menor do que a de outros players do setor, como a SulAmérica, que atingiu 93% no 4T22.

“Assim, a companhia tem o benefício de buscar um equilíbrio mais saudável entre reajuste e crescimento orgânico — ainda que também sofra com cancelamentos, mas acreditamos que em menor proporção. É uma tarefa difícil equilibrar esses dois pratos, mas, relativamente, a Hapvida possui claras vantagens para ultrapassar o momento mais difícil do setor com vantagem sob seus pares”, defende.

Em relação à oferta primária que será realizada pela companhia, a companhia divulgou os detalhes operacionais no domingo (2). A oferta será de 329 milhões de ações, com possibilidade de lote adicional de até 20% desse montante a depender da demanda ao longo do processo de bookbuilding. Com base no preço de fechamento de ontem, a oferta inicial deve movimentar um montante de R$ 775 milhões. Conforme já adiantado, a família fundadora deve exercer seu direito de subscrição em cerca de R$ 360 milhões em ações.  

Negociando a 8 vezes seu Ebitda projetado para 2023, as ações da Hapvida (HAPV3) seguem como uma recomendação da Empiricus Research.

Se quiser saber mais sobre o case, Fernando Ferrer trata dele em um trecho do PodCash da última quinta-feira (30).

Sobre o autor

Nicole Vasselai

Editora do site da Empiricus. Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, com MBA em Análise de Ações e Finanças e passagem por portais de notícias e fintechs.