Segundo notícia veiculada na mídia, a Hapvida (HAPV3) é investigada pelo MP (Ministério Público) de São Paulo por descumprir liminares obrigando tratamentos médicos.
Do montante de R$ 2 bilhões em ações judiciais envolvendo a cobertura de tratamentos, erro médico, prazos de cobertura de plano de saúde, etc. apenas R$ 422 milhões estariam provisionados.
Isso gerou uma reação bastante negativa para os papéis, que chegaram a cair aproximadamente 7% no dia da denúncia.
Na sequência, a companhia enviou um comunicado ao mercado esclarecendo que não possui qualquer política ou diretriz para o descumprimento sistemático ou ordenado de decisões judiciais.
Como a notícia impacta Hapvida
Acredito que a notícia é negativa, pois afeta negativamente a reputação da companhia e pode elevar as dúvidas do mercado quanto à capacidade da companhia de adicionar novos clientes e recuperar suas margens.
Contudo, dois pontos são importantes. O primeiro é que com a queda dos papéis, acredito que o mercado mais do que precificou eventuais problemas que a Hapvida pudesse vir a ter em relação a esse tema, já penalizando antecipadamente a companhia.
Além disso, temos notado que a judicialização tem sido um problema grande do setor como um todo e ganhou tração no último ano por conta das mudanças regulatórias de 2022 e da maior utilização dos planos por parte dos beneficiários depois da pandemia. Sem contar as iniciativas de contenção de custos para controle da sinistralidade.
Veja que, em 2023, houve um aumento de 57% nos processos judiciais da NDI, enquanto o Bradesco, a SulAmérica e a Hapvida tiveram altas de 47%, 35% e 7%, respectivamente. A única que apresentou queda foi a Amil, com retração de 10%.
O que fazer com os papéis de HAPV3?
Em suma, esse tipo de evento sempre levanta uma bandeira amarela para o analista, uma vez que pode ser enxergado como mais uma pista da deterioração da qualidade do serviço prestado. Contudo, dada a queda e o valuation atual, seguimos optando por manter Hapvida (HAPV3) em carteira.
Por fim, como falado no início do texto, nosso cenário base segue intacto: embora o início do ano esteja sendo mais desafiador do que imaginávamos, acreditamos que a queda de juros em âmbito global será determinante para que o apetite por risco volte e para que tenhamos uma nova pernada de valorização dos ativos de risco.
Por ora, o fluxo não tem ajudado. Essa foi a primeira vez desde outubro que o fluxo estrangeiro na B3 vira para o negativo, acumulando saída de R$ 4,4 bilhões. No dia de 19 de janeiro, houve uma retirada de R$ 3,5 bilhões – a maior saída diária em quase dois anos.
Mas, como sabemos, da mesma forma que o fluxo de saques costuma ser rápido, o de aportes também é e faz bastante preço.
Por conta disso, a nossa sugestão é de se manter posicionado e focar no longo prazo. Tal qual 2023, este ano tem tudo para ser um excelente ano de Bolsa.
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Petrobras (PETR4): investimento em refinaria pivô da Lava Jato ameaçam os dividendos da estatal
A Petrobras (PETR4) anunciou que vai voltar a investir na refinaria de Abreu e Lima.
Embora já estivesse nos planos da estatal investir em refino, a decisão não agradou nem um pouco os investidores. Afinal a refinaria foi um dos principais ativos envolvidos nas investigações da Lava Jato.
Diante disso, o analista da Empiricus Research, Ruy Hungria fez o seguinte alerta para os investidores: a Petrobras tem pouca expertise em refino de petróleo. Além disso, trata-se de uma atividade com baixo retorno o que pode levar a uma queda nos dividendos da companhia.
Por esse motivo, as ações da Petrobras estão fora da carteira de dividendos da Empiricus.
Na avaliação dos analistas da casa, outras 5 ações podem entregar dividendos de até dois dígitos em 2024. Clique aqui e confira GRATUITAMENTE a carteira completa.