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Hapvida (HAPV3) mantém ritmo de recuperação e surpreende positivamente no 2T23

Lucro líquido ajustado foi de R$ 222 milhões no 2T23, alta trimestral de 571%. Veja os demais detalhes do balanço da Hapvida

Por Fernando Ferrer

10 ago 2023, 10:26 - atualizado em 10 ago 2023, 11:49

Prédio da Hapvida (HAPV3)
Imagem: Divulgação

A Hapvida (HAPV3) divulgou seu resultado do 2T23 na noite de ontem (9), surpreendendo positivamente nossas expectativas e as do mercado, mantendo o ritmo de recuperação iniciado no trimestre anterior.

A receita líquida consolidada da companhia atingiu R$ 6,8 bilhões no período, alta de 12,4% em relação ao 2T22.

No segmento de planos de saúde, que representa quase a totalidade do faturamento, o crescimento foi de 14,8% na comparação anual, reflexo principalmente do crescente aumento do ticket médio dos contratos (+12,2% vs 2T22).

Em relação à base de beneficiários da companhia, houve uma perda de 116 mil em planos de saúde contra o trimestre anterior. Essa retração já era esperada, uma vez que os esforços da companhia ao longo desse ano estão concentrados na recuperação da rentabilidade do negócio, a qual é ditada principalmente pelos reajustes de preços mais fortes — como vimos neste primeiro semestre de 2023.

Sinistralidade surpreendeu positivamente no 2T23

Além do bom ritmo de crescimento de ticket médio dos planos, a Hapvida conseguiu melhorar a verticalização do negócio nas consultas e internações.

Essa é uma variável importante para uma redução estrutural da sinistralidade caixa, que foi uma surpresa positiva nesse trimestre.

Historicamente, no segundo trimestre do ano, o indicador cresce entre 2 e 3 pontos percentuais em relação ao 1T, devido à sazonalidade negativa ocasionada pelo clima (mais viroses e, consequentemente, maior nível de utilização do plano). Contudo, a sinistralidade caixa avançou apenas 1,6 p.p, para 73,9%, melhor do que o esperado pelo mercado.

Mais uma surpresa positiva, as despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) apresentaram boa diluição em relação ao primeiro trimestre (-0,7 p.p) e ao 2T22 (-0,6 p.p).

Assim, o Ebitda ajustado atingiu R$ 606 milhões, alta de 4,1% na comparação anual, com margem de 8,9% (-0,7 p.p).

Lucro líquido ajustado de R$ 222 milhões

[11:44] Henrique Rojo Cavalcante

Além do bom resultado operacional, a Hapvida contou com uma boa melhora no resultado financeiro (-43% vs 1T23; -5% vs 2T22), apesar de ainda ser negativo, beneficiado principalmente pelos recursos do follow-on e do SLB em caixa. Assim, a companhia reportou um lucro líquido ajustado de R$ 222 milhões no trimestre (+571% vs 1T23; -8% vs 2T22).

Em termos de geração de caixa, também enxergamos uma dinâmica positiva.  A companhia registrou um fluxo de caixa livre de R$ 137 milhões no trimestre, impulsionado pela boa geração de caixa operacional (R$ 360 milhões) e menor volume de CAPEX, que deve ser a tendência para o ano.

Assim, já contando com os recursos do follow-on e SLB, o indicador dívida líquida sobre o ebitda da companhia passou de 2,3x no 1T23 para 1,6x no 2T23.

HAPV3: recomendação de compra

Por fim, o resultado do 2T23 reforça nosso sentimento positivo para Hapvida, corroborado também pelo valuation atrativo após o forte sell-off das ações nos últimos 12 meses e expectativas de melhora sequencial nos próximos trimestres, puxadas principalmente por mais reajustes e iniciativas de verticalização.

A história ainda é de recuperação, mas a direção está finalmente se mostrando correta. A Hapvida (HAPV3) segue como top pick do setor de saúde da Empiricus Research

Sobre o autor

Fernando Ferrer

Graduado em Engenharia Mecânica pela UFRJ e com MBA em Finanças pela mesma instituição, Fernando Ferrer atua na Empiricus como analista de investimentos há 5 anos cobrindo os setores de Varejo, Saúde e Infraestrutura. Atualmente, é responsável pela série best-seller As Melhores Ações da Bolsa e faz parte da equipe que comanda o Carteira Empiricus, o portfólio multimercado que é o carro-chefe da casa.