A Hapvida (HAPV3) divulgou seu resultado do 2T23 na noite de ontem (9), surpreendendo positivamente nossas expectativas e as do mercado, mantendo o ritmo de recuperação iniciado no trimestre anterior.
A receita líquida consolidada da companhia atingiu R$ 6,8 bilhões no período, alta de 12,4% em relação ao 2T22.
No segmento de planos de saúde, que representa quase a totalidade do faturamento, o crescimento foi de 14,8% na comparação anual, reflexo principalmente do crescente aumento do ticket médio dos contratos (+12,2% vs 2T22).
Em relação à base de beneficiários da companhia, houve uma perda de 116 mil em planos de saúde contra o trimestre anterior. Essa retração já era esperada, uma vez que os esforços da companhia ao longo desse ano estão concentrados na recuperação da rentabilidade do negócio, a qual é ditada principalmente pelos reajustes de preços mais fortes — como vimos neste primeiro semestre de 2023.
Sinistralidade surpreendeu positivamente no 2T23
Além do bom ritmo de crescimento de ticket médio dos planos, a Hapvida conseguiu melhorar a verticalização do negócio nas consultas e internações.
Essa é uma variável importante para uma redução estrutural da sinistralidade caixa, que foi uma surpresa positiva nesse trimestre.
Historicamente, no segundo trimestre do ano, o indicador cresce entre 2 e 3 pontos percentuais em relação ao 1T, devido à sazonalidade negativa ocasionada pelo clima (mais viroses e, consequentemente, maior nível de utilização do plano). Contudo, a sinistralidade caixa avançou apenas 1,6 p.p, para 73,9%, melhor do que o esperado pelo mercado.
Mais uma surpresa positiva, as despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) apresentaram boa diluição em relação ao primeiro trimestre (-0,7 p.p) e ao 2T22 (-0,6 p.p).
Assim, o Ebitda ajustado atingiu R$ 606 milhões, alta de 4,1% na comparação anual, com margem de 8,9% (-0,7 p.p).
Lucro líquido ajustado de R$ 222 milhões
[11:44] Henrique Rojo Cavalcante
Além do bom resultado operacional, a Hapvida contou com uma boa melhora no resultado financeiro (-43% vs 1T23; -5% vs 2T22), apesar de ainda ser negativo, beneficiado principalmente pelos recursos do follow-on e do SLB em caixa. Assim, a companhia reportou um lucro líquido ajustado de R$ 222 milhões no trimestre (+571% vs 1T23; -8% vs 2T22).
Em termos de geração de caixa, também enxergamos uma dinâmica positiva. A companhia registrou um fluxo de caixa livre de R$ 137 milhões no trimestre, impulsionado pela boa geração de caixa operacional (R$ 360 milhões) e menor volume de CAPEX, que deve ser a tendência para o ano.
Assim, já contando com os recursos do follow-on e SLB, o indicador dívida líquida sobre o ebitda da companhia passou de 2,3x no 1T23 para 1,6x no 2T23.
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HAPV3: recomendação de compra
Por fim, o resultado do 2T23 reforça nosso sentimento positivo para Hapvida, corroborado também pelo valuation atrativo após o forte sell-off das ações nos últimos 12 meses e expectativas de melhora sequencial nos próximos trimestres, puxadas principalmente por mais reajustes e iniciativas de verticalização.
A história ainda é de recuperação, mas a direção está finalmente se mostrando correta. A Hapvida (HAPV3) segue como top pick do setor de saúde da Empiricus Research.