A Hapvida (HAPV3) divulgou seu resultado do 3T23 na noite de ontem (8), surpreendendo positivamente nossas expectativas e as do mercado, mantendo o ritmo de recuperação iniciado no primeiro trimestre do ano.
Segmento de planos de saúde cresceu 10,3% contra 3T22
A receita líquida consolidada da companhia atingiu R$ 6,9 bilhões no período, alta de 8,9% em relação ao 3T22.
No segmento de planos de saúde, que representa quase a totalidade do faturamento, o crescimento foi de 10,3% na comparação anual, reflexo principalmente do crescente aumento do ticket médio dos contratos (+11,8% vs 3T22). Importante destacar também o crescimento de 2,8% do ticket médio na comparação sequencial, mostrando que a companhia segue firme no processo de repasse de preço.
Base de beneficiários retraiu menos que o esperado
Em relação à base de beneficiários da Hapvida, houve uma perda de 90 mil em planos de saúde contra o trimestre anterior. Essa retração foi menor do que o esperado, o que é um bom indicativo de que a limpeza dos contratos pouco rentáveis está chegando ao fim. De acordo com os últimos dados divulgados pela ANS, a Hapvida adicionou 40 mil vidas em setembro.
Além do bom ritmo de crescimento de ticket médio dos planos, a Hapvida conseguiu melhorar a verticalização do negócio nas consultas e internações e unificar as melhores práticas médicas (em função da fusão com a GNDI).
Dado que é difícil mensurar se o fluxo de pacientes utilizando os serviços médicos irá voltar ao nível pré-pandemia, essas são variáveis fundamentais para uma redução estrutural da sinistralidade caixa, que foi novamente uma surpresa positiva.
No trimestre, houve queda de 2 pontos percentuais em comparação com o 2T23, para 71,9% – esse é um patamar inferior ao esperado pela sazonalidade histórica, onde os terceiros trimestres são cerca de 0,3 p.p. acima dos segundos semestres.
Despesas de Hapvida aumentaram em 0,5%
Por outro lado, as despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) apresentaram um aumento de 0,5 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre, embora uma evolução de 1,4 p.p. na comparação anual. Assim, o Ebitda ajustado atingiu R$ 742 milhões, alta de 46,9% na comparação anual, com margem de 10,8%.
Em termos de geração de caixa, também enxergamos uma dinâmica positiva. A companhia registrou um fluxo de caixa livre de R$ 345 milhões no trimestre, impulsionado pela boa geração de caixa operacional (R$ 493 milhões) e menor volume de investimentos. Dessa forma, o indicador de dívida líquida sobre o Ebitda da companhia passou para 1,58 vezes contra 2,32x do 1T23.
Por fim, esse resultado reforça mais uma vez o nosso sentimento positivo para Hapvida, corroborado também pelo valuation atrativo. Do nosso ponto de vista, a história ainda é de recuperação, mas a direção está finalmente se mostrando correta. A Hapvida (HAPV3) segue como recomendação de compra da Empiricus Research.