Na noite de ontem (9), a Hapvida (HAPV3) divulgou ao mercado seu resultado referente ao 3T22.
Os números vieram marginalmente abaixo das expectativas do mercado, mas sinalizando que a companhia está no caminho certo, suportado principalmente por mais um forte crescimento orgânico.
No trimestre, a receita líquida atingiu R$ 6 bilhões, crescimento de 147% na comparação anual. Tirando o impacto da incorporação da receita da NotreDame Intermédica (NDI) (+R$3,7bilhão) ao resultado, a receita líquida da Hapvida avançou 2%, ainda impactada por contratos individuais com o reajuste negativo de 2021.
O crescimento orgânico foi robusto no 3T22. A companhia entregou 122 mil adições líquidas em relação ao trimestre anterior, sendo 32 mil em planos individuais e 90 mil em coletivos. Vale ressaltar que a solução nacional, importante avenida de crescimento para a Hapvida, contribuiu com 29 mil vidas.
Sinistralidade é destaque negativo
A sinistralidade caixa consolidada foi de 73%, expansão anual de 5 pontos percentuais.
Dentre os principais impactos negativos, destacam-se os maiores exames de emergências e eletivos, sinistralidade superior das empresas adquiridas e contratos com reajuste negativo em vigência. Apesar da piora, o modelo verticalizado da companhia ainda sustenta o patamar de sinistralidade como o mais saudável entre os players do setor.
Ainda, o ticket médio retomou sua trajetória de crescimento (+12% vs 3T21) após ficar praticamente estável por quase 2 anos. A evolução é decorrente principalmente dos reajustes corporativos, além de um melhor mix de produtos. Para os próximos trimestres, a expectativa é que o ticket médio dos planos individuais contribua positivamente para o resultado, uma vez que o reajuste de 15,5% aprovado em 2022 está sendo gradualmente incorporado aos contratos.
O Ebitda foi de R$ 922 milhões no 3T22. Contudo, houve um efeito não recorrente do ajuste de preço de aquisição da Promed, que impactou positivamente o Ebitda em R$ 417 milhões.
Assim, o Ebitda ajustado foi de R$ 505 milhões, crescimento anual de 57% e levemente abaixo das nossas expectativas. A margem Ebitda ajustada foi de 8%, queda de -1,3 pontos percentuais em relação ao 3T21 — piora decorrente da maior sinistralidade caixa e aumento das despesas com pessoal como percentual da receita.
Na última linha do resultado, o lucro líquido ajustado atingiu R$ 261 milhões (+16% vs 2T21) e margem líquida de 4%.
HAPV3 é recomendação de compra
Em linhas gerais, acreditamos que a companhia ainda precisa provar que consegue trazer sua sinistralidade para níveis menores e, assim, expandir suas margens.
A incorporação do reajuste nos planos e controle de custos e despesas ao longo dos próximos trimestres será determinante para acompanhar essa potencial evolução.
Em termos de crescimento orgânico, enxergamos com maior confiança a trajetória futura da Hapvida para continuar se consolidando como a maior provedora de saúde do país. A ver.
Negociando a 33 vezes os seus lucros para 2023, a Hapvida (HAPV3) é uma recomendação da série As Melhores Ações da Bolsa.
Confira a análise completa de Fernando Ferrer: