A Natura &Co (NTCO3) anunciou na última segunda-feira (2) que estuda uma reorganização societária da Aesop, marca australiana adquirida pela companhia em 2013.
A empresa avalia duas possibilidades:
- Um IPO da Aesop;
- Um spin-off (separação societária da Aesop).
A Aesop é focada em produtos para cuidado com o corpo, como sabonetes e loções. Trata-se da marca de melhor performance dentro do grupo: desde a aquisição, em 2013, até 2021, a receita cresceu a uma taxa média de 20% ao ano. As margens de lucro também são substancialmente superiores às demais divisões da companhia (Natura, Avon e The Body Shop).
Aesop pode destravar valor para Natura no curto prazo
A Natura tem vivido desafios difíceis nas outras marcas: o turnaround da Avon, comprada em 2019, não tem sido tão simples de executar. Além disso, a recuperação das vendas na The Body Shop está aquém das expectativas.
Por fim, a inflação e o dólar mais fortes têm pressionado os custos e a rentabilidade da companhia como um todo.
Nesse sentido, o IPO ou spin-off da Aesop pode destravar algum valor no curto prazo: tomando como base o múltiplo médio de comparáveis internacionais (15x EV/EBITDA 2022), a Aesop poderia ser listada a um valor de mercado de R$ 9 bilhões, o que representava metade do valor de mercado do grupo no fechamento de ontem.
Entretanto, a tese estrutural e de médio-prazo de natura depende principalmente de resolver os problemas na Avon, que se tornou metade da receita consolidada do grupo. Para efeito de comparação, a Aesop representa 7% das vendas da companhia, e 16% do EBITDA.
Assim, permanecemos acompanhando esse case do lado de fora, sem recomendação de compra nem venda.