Investimentos

Ibovespa B3 BR+, novo índice da B3, quer acompanhar empresas brasileiras em bolsas de todo o mundo: investimento é uma boa ideia?

O novo indicador Ibovespa B3 BR+ quer capturar os movimentos de companhias brasileiras na B3 e listadas em outros países. Entenda a ressalva do analista Enzo Pacheco sobre um possível ETF.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

24 jul 2024, 11:00 - atualizado em 24 jul 2024, 11:00

Imagem representando a B3, mostrando uma imagem interna com o logo da B3. b3sa3 dividendos

A B3 (B3SA3) deve lançar em agosto um novo indicador para seus ativos, o Ibovespa B3 BR+. O novo termômetro dos ativos une papéis de empresas do Ibovespa com Brazilian Depositary Receipts (BDRs).

Ou seja, a carteira teórica indicará um comportamento generalizado do mercado brasileiro em paralelo com os BDRs de companhias brasileiras que estão negociadas na forma de recibo de ações, como a Stone (STOC31) e Nubank (ROXO34) — ainda não foi confirmado quais ativos estarão no portfólio. 

Nessa proposta, o índice deve refletir o desempenho de ações de empresas brasileiras listadas na bolsa de valores do Brasil e também em bolsas estrangeiras.

A partir disso, surge a possibilidade de criação de um exchange-traded fund (ETF), os fundos de investimentos baseados em índices, que acompanham o movimento do Ibovespa B3 BR+

O índice é o décimo criado pela B3SA3 nos últimos dois anos. 

Ibovespa B3 BR+ pode diversificar o portfólio?

Enzo Pacheco, analista de mercado internacional da Empiricus Research, explica que a proposta do novo indicador pode ser interessante para capturar as variações de players importantes, como o Nubank (ROXO34). 

O analista contrasta, entretanto, que o indicador ainda teria uma grande influência das empresas que já têm grande peso no Ibovespa, como Vale (VALE3), Banco do Brasil (BBAS3) e Petrobras (PETR4), por exemplo.  

“No geral, as empresas que farão parte devem ser as empresas do Ibovespa já,” explica Pacheco, que tende a preferir os investimentos em BDRs associados a empresas gringas. 

O investimento em BDRs permite ao investidor diversificar de fato a sua carteira. Quando falo em BDR aqui, quero dizer investimentos em empresas de outros países e setores que não temos disponíveis aqui no Brasil”, ressalta o analista.

Investir em ETF de Ibovespa com BDRs pode ser melhor que a bolsa?

Até o momento, um ETF baseado neste novo indicador da B3 deveria proporcionar pouca diversificação para o investidor brasileiro que já invista em um ETF que segue o Ibovespa.

“O investidor precisa ficar atento para não investir nos dois índices [Ibovespa e Ibovespa B3 BR+], porque seria basicamente a mesma coisa. Caso ele queira investir nesse novo índice e já tem algum hoje, o ideal seria vender o antigo e comprar o novo”, aconselha Pacheco. 

Além disso, o analista ressalta que esse índice pode ser interessante para aqueles investidores que queiram ter uma exposição mais “completa” ao mercado nacional.

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Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.