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Ibovespa volta a subir após aprovação do arcabouço fiscal; tiramos o ‘bode’ da sala?

Depois de um agosto difícil em que viveu a pior sequência de quedas da sua história, Ibovespa volta a ter alívio com a aprovação da nova regra fiscal

Por Juan Rey

23 ago 2023, 16:48 - atualizado em 23 ago 2023, 16:48

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A aprovação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, na noite da última terça-feira (22), voltou a animar o Ibovespa, que sobe 1,5% por volta das 16h30 desta quarta (23).

O principal índice acionário brasileiro vive um agosto complicado e chegou a acumular 13 pregões seguidos de queda no mês, sua pior sequência na história. O pessimismo global e a falta de gatilhos no cenário local foram determinantes para o momento ruim

Agora, o gatilho positivo veio, com o avanço do arcabouço fiscal que estava travado por conta do recesso parlamentar. 

Segundo o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, com a preocupação fiscal “aliviada”, ao menos por enquanto, o mercado pode voltar a absorver melhor o processo de queda da taxa Selic, estruturalmente positiva para os ativos de risco.

“Havia um certo receio de que os atritos e incertezas fiscais voltassem. De certo modo voltaram, não dá para excluir do radar, mas pelo menos tiramos esse ‘bode’ da sala”, avalia.

Além disso, o avanço do arcabouço fiscal “desempaca” a agenda econômica e permite que outras pautas sejam discutidas pelo governo, como o aumento da arrecadação e o orçamento de 2024.

Ibovespa: perspectiva continua positiva, mas não sem desafios

A boa recepção do mercado à aprovação do arcabouço pode ser verificada pela devolução de prêmio na curva de juro, em especial nos vértices mais longos. 

Apesar disso, o analista lembra que o cenário internacional ainda preocupa, especialmente a alta dos yields dos treasuries americanos e os problemas econômicos enfrentados pela China. “Só com os fatores domésticos não temos esforço suficiente para navegar. Precisa de um alívio internacional”.

Ainda assim, o analista segue com uma visão positiva para o Ibovespa e a bolsa brasileira como um todo nos próximos 12 meses, mas lembra que “vão ter altas e baixas”.

Sobre o arcabouço fiscal, Spiess vê a proposta longe da ideal. “Mas o Brasil nunca teve uma regra boa fiscal. O teto de gastos não era bom, mas era necessário. O novo arcabouço também não é bom, mas funciona. Na prática, empurramos novamente o problema com a barriga, mas pelo menos temos um número para trabalhar, para dar uma materialidade e isso é importante”.

Confira abaixo os comentários de Matheus Spiess sobre o arcabouço fiscal no Giro do Mercado:

Sobre o autor

Juan Rey

Jornalista pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Contato: juan.rey@empiricus.com.br