A Iguatemi (IGTI11) divulgou, na noite de ontem (8), seus resultados do terceiro trimestre (3T22), novamente com forte performance operacional.
Após um primeiro semestre sólido, a companhia continuou reportando bons números de vendas totais, que saltaram 22,8% na comparação anual, na casa de R$ 4,08 bilhões. As vendas nas mesmas lojas (SSS) apresentaram crescimento de 19,6%, com destaque para os segmentos de Artigos Diversos, Saúde & Beleza, Moda, Calçados e Artigos de Couro.
Em sequência, o indicador aluguel nas mesmas lojas (SSR) registrou alta de 61,8% contra o 3T19, superando em 1,4 p.p. o IGP-M do período e se aproximando da média histórica de leasing spread da companhia. Quando comparado com o 3T21, o SSR cresceu 35,7% (ganho real de 26,7 p.p.).
Vale destacar que o custo de ocupação (12,2%) e a taxa de inadimplência (-0,7%) permaneceram em níveis controlados, indicando que há espaço para crescimento de aluguel no curto prazo. Por outro lado, a taxa de ocupação encerrou o trimestre em 93,2%, demonstrando pouca evolução no ano (+1,2 p.p.). Em nossa visão, esse movimento ilustra que o processo de reciclagem de lojistas ainda não terminou. Por ora, a gestão reforça o cumprimento do guidance de 95% de ocupação para o final do ano.
Impulsionada pelos ganhos com estacionamento, receita líquida cresce 19,5% na comparação anual
No total, a receita líquida da companhia foi de R$ 254,3 milhões, crescimento de 19,5% em relação ao 3T21, com a retomada da receita de estacionamento, que subiu 48,4% no período – reflexo da combinação entre reajuste de tarifas e aumento de fluxo nos empreendimentos.
Na parte digital (I-Retail e Iguatemi 365), a receita líquida atingiu R$ 27,4 milhões, aumento de 38% na comparação anual. Por mais que a operação ainda exija maiores custos de expansão, a queima de caixa deste trimestre foi a menor desde 2020 (R$ -5,5 milhões).
O Ebitda da Iguatemi alcançou R$ 165,8 milhões no trimestre, 15% acima do 3T21, com pequena contração de margem em função da operação digital.
Na linha financeira, o resultado foi negativamente impactado pelo aumento nas despesas com juros (reflexo da elevação da taxa de juros), o que proporcionou prejuízo de R$ 91,9 milhões no trimestre. A Iguatemi encerrou o trimestre com um múltiplo Dívida líquida/Ebitda de 1,83x, queda relevante de 0,88 p.p. versus o 2T22 após o aumento de capital.
Diante do bom contexto operacional, o FFO ajustado saltou 60% na comparação com o 3T21, na casa de R$ 97,7 milhões. Os ajustes envolvem a exclusão dos efeitos de linearização, do resultado da operação de recompra de ações via SWAP e da variação do preço de Infracommerce.
Resultado de IGTI11 era esperado e não deve ‘empolgar’ mercado
Em geral, o mercado já esperava uma boa performance de Iguatemi, acompanhando a recuperação do setor.
Como algumas linhas vieram ligeiramente abaixo do consenso, não esperamos reação de destaque no pregão de hoje (9). Ainda assim, continuamos enxergando atratividade nas ações de IGTI11, que negociam a 13 vezes FFO para 2023 e seguem recomendadas em diversas séries da Empiricus.
Confira a análise completa de Caio Araújo: