Nesta terça-feira (7), a Iguatemi (IGTI11) divulgou seus resultados do terceiro trimestre, novamente com destaques de eficiência.
Vendas totais expandiram 9,3% contra o 3T22
As vendas totais saltaram 9,3% na comparação anual, na casa de R$ 4,5 bilhões, impulsionadas pelo aumento do fluxo de clientes nos empreendimentos. Os segmentos de Cinema, Serviços e Alimentação foram os destaques do período.
Com isso, as vendas nas mesmas lojas (SSS) apresentaram aumento de 6,3%, mesmo com uma base comparativa mais desafiadora. Em sequência, o indicador aluguel nas mesmas lojas (SSR) registrou alta de 8,3% contra o 3T22, equivalente a um crescimento real de 6,3 p.p. no período.
Custo de ocupação e inadimplência ficaram estáveis
Vale destacar que o custo de ocupação (11,9%) e a taxa de inadimplência (-0,3%) permaneceram em níveis controlados, indicando que há espaço para crescimento de aluguel no médio prazo.
A taxa de ocupação encerrou o trimestre em 94,1%, com a entrada de grandes lojas nos shoppings Pátio Higienópolis, Praia de Belas e Iguatemi Porto Alegre. Como o 4T23 possui uma sazonalidade favorável para o varejo, é provável que o portfólio da Iguatemi encerre o ano próximo da meta da gestão e da média do mercado, na casa de 95%.
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Receita líquida cresceu 11,2% na comparação anual
No total, a receita líquida da companhia foi de R$ 282,7 milhões, crescimento de 11,2% em relação ao 3T22, proporcionado pelo aumento de dois dígitos nas linhas de aluguel (mínimo e percentual), locações temporárias e estacionamento.
Além disso, a companhia obteve um desempenho fora da curva na revenda de pontos, com receita de R$ 22,4 milhões proveniente da movimentação de lojas no Iguatemi São Paulo para inauguração da flagship da Tiffany & Co em 2024.
Excluindo o efeito da linearização dos descontos, a receita foi de R$ 302 milhões, acima das estimativas do mercado.
Custos e despesas diminuíram
Assim como observado a partir do segundo trimestre, a linha de custos e despesas dos shoppings foi destaque deste período, com queda de 5% no subtotal (não inclui depreciação e amortização). O movimento é reflexo da redução no quadro de pessoal e serviço de terceiros, realizada no primeiro semestre.
Na parte digital (I-Retail e Iguatemi 365), a receita líquida atingiu R$ 22,2 milhões, queda de 18,9% na comparação anual. Há algum tempo, este serviço passa por uma reformulação em termos de equipe e sortimento de produtos, o que reduziu as vendas do período. Em contrapartida, o consumo de caixa dessa linha foi 42% menor do que no 3T22, atingindo R$ 3,2 milhões.
Ebitda ajustado aumentou em 36%
Como reflexo das melhorias operacionais, o Ebitda ajustado da Iguatemi alcançou R$ 247,8 milhões no trimestre, 36% acima do 3T22, com grande elevação de margem para 82,1%.
Na linha financeira, o resultado foi negativamente impactado pelo resultado da operação de swap de ações, que acumulou prejuízo de R$ 22,3 milhões no 3T23 após uma nova derrapada do mercado de renda variável doméstico.
Excluindo esse efeito, o FFO ajustado saltou 48,6% na comparação com o 3T22, na casa de R$ 145,2 milhões. Por fim, a Iguatemi encerrou o trimestre com um múltiplo Dívida líquida/Ebitda de 2,1x, nível controlado para o histórico da companhia.
Em geral, o mercado já esperava uma boa performance de Iguatemi, acompanhando a qualidade dos seus ativos.
Como algumas linhas vieram ligeiramente abaixo do consenso, não esperamos reação de destaque no pregão de hoje (8). Ainda assim, continuamos enxergando atratividade nas ações de IGTI11, que negociam a 10,7 vezes FFO para 2024 e estão entre as recomendações de compra da Empiricus Research.