Investimentos

Inflação global: analistas atualizam cenário e indicam os títulos de renda fixa ideais para o momento

Neste relatório da série Super Renda Fixa, os analistas atualizam o cenário de combate à inflação pelo mundo; confira

Por Equipe Empiricus

23 fev 2023, 16:17 - atualizado em 23 fev 2023, 16:17

Imagem representando o IGP-DI, mostrando uma pessoa calculando índices e inflação.

Há cerca de um ano a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia, desencadeando uma série de desequilíbrios nas cadeias de suprimento que contribuíram negativamente para a inflação global.

Este choque de preços (especialmente de energia) trouxe danos ainda mais severos para os países da Zona do Euro uma vez que a matriz energética destes dependia sobremaneira de matérias primas advindas do país ao leste. Não fosse por um amparo do clima, as condições econômicas no bloco europeu estariam ainda mais espinhosas.

Passado mais um carnaval, as questões geopolíticas estão longe de uma trégua. Nos últimos dias, o cenário de instabilidades foi intensificado, alimentado pela saída momentânea da Rússia do acordo nuclear e a rápida deterioração das relações diplomáticas dos EUA com a China, a grande aliada russa no momento. A nova escalada é relevante na medida em que deve manter a forte pressão sobre a inflação global.

Hoje pela manhã, tivemos a leitura final da inflação ao consumidor na Zona do Euro referente ao mês de janeiro. Como já adiantamos, as condições climáticas favoráveis têm se refletido em um processo de desaceleração do índice de preços por lá. Contudo, ao excluirmos os efeitos de energia (núcleo de inflação), vemos que a inflação, na verdade, atinge um novo recorde.

Fonte: Bloomberg | Elaboração: Empiricus Research

A resiliência do núcleo de inflação em conjunto com os dados de atividade mais robustos aumenta a probabilidade de novos aumentos de 50 pontos-base nas próximas duas reuniões do Banco Central Europeu (BCE), em 16 de março e 4 de maio.

Fed reforça postura no combate à inflação

Passando para os EUA, a ata do último encontro divulgada ontem (22), apesar de não ter trazido surpresas relevantes, reforça a postura dura do Fed. Vale lembrar que, desde a última reunião, os dados econômicos divulgados colocaram Fed ainda mais contra a parede: relatório de emprego robusto (Payroll), inflação ao consumidor ainda bastante elevada e dados de atividade resilientes.

A precificação de mercado para as próximas reuniões, até o momento, indica mais três altas adicionais de 25pbs, culminando em uma taxa terminal no intervalo de 5,25% – 5,50%.

No gráfico abaixo, é possível ver o movimento relevante de mudança de expectativa de curva de juros americana pós fechamento do dia 01 de fevereiro. Além de juros mais altos, é notório também que as perspectivas de cortes até janeiro de 2024 foram bastante reduzidas.

Fonte: Bloomberg | Elaboração: Empiricus Research

No Brasil, discussões sobre a meta de inflação devem ocorrer apenas em junho

Partindo para o mercado local, nesta manhã foi anunciada a interrupção da exportação de carne bovina para a China devido a um caso da doença conhecida como o mal da vaca louca.

O tamanho do impacto deste evento depende, primariamente, do estoque de carne do país asiático que delineará a postura do país em relação ao assunto. Uma interrupção de 90 dias, como ocorreu em 2021, deve gerar um impacto relevante deflacionário para o mercado doméstico brasileiro.

E por falar em inflação, a mudança das metas de inflação acabou não entrando em pauta na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) na última quinta-feira (16). A questão deve ser debatida apenas em junho. Até lá, uma nova regra fiscal pode sair do forno, como confirmou o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, em entrevista publicada nesta manhã (23).

Confira os títulos de renda fixa recomendados nesta semana

Até que os contornos do novo arcabouço fiscal se tornem mais tangíveis, mantemos nossa visão positiva para os pós-fixados curtos, em meio a um cenário de juros mais altos, locais e internacionais, e elevadas incertezas geopolíticas.

Todas as recomendações abaixo são títulos que contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos, contudo, o investidor precisa se certificar de que não ultrapassou o limite de R$ 250 mil por instituição. Outro ponto importante é que, para a sua reserva de emergência, isto é, para aquele dinheiro que você pode precisar no curtíssimo prazo e que precisa estar disponível imediatamente, recomendamos o Tesouro Selic ou fundos DI taxa zero.

O investimento na taxa líquida indicada da LCI pós-fixada do Banco BTG Pactual equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 109,67% do CDI
O investimento na taxa líquida indicada da LCA pós-fixada do Banco Sofisa equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 127,03% do CDI. 
O investimento na taxa líquida indicada da LCI pós-fixada do Banco Bradesco equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 111,07% do CDI. 
O investimento na taxa líquida indicada da LCA pós-fixada do Banco ABC Brasil equivale a uma aplicação com taxa bruta aproximada de 114,80% do CDI.

Troxemos hoje um arsenal maior de instituições justamente para reforçar a importância de diversificar entre emissores diferentes. Além da diversificação, sempre se certifiquem que seus investimentos em títulos bancários estejam dentro dos limites compreendidos pelo FGC.

*O relatório com as indicações acima pertence à série Super Renda Fixa, da Empiricus, comandada por Lais Costa e Diego Bleinroth. Os assinantes da série têm acesso aos relatórios completos, com informações a respeito do mercado brasileiro e internacional, além das tradicionais recomendações.

Sobre o autor

Equipe Empiricus

A maior equipe de análise de investimentos do Brasil, 100% dedicada a te ajudar a encontrar as melhores oportunidades de investimento.