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Intelbras (INTB3) mostra um resultado do 4T23 poluído, mas o pior parece ter ficado para trás; entenda

Os destaques do balanço de Intelbras foram os segmentos de Segurança e de Energia, em especial na visão trimestral.

Por Larissa Quaresma, CFA

06 mar 2024, 11:00 - atualizado em 06 mar 2024, 11:00

Intelbras (INTB3)
Imagem: Divulgação/Intelbras

O resultado 4T23 da Intelbras (INTB3) veio acima da nossa expectativa, com uma importante evolução sequencial nos fundamentos. Os destaques foram os segmentos de Segurança, que trouxe tranquilidade sobre uma potencial desaceleração, e de Energia, com uma forte retomada de crescimento na visão trimestral.

Recuperação robusta da linha de Energia engordou a receita líquida na visão trimestral

A receita líquida do trimestre foi de R$ 1,2 bilhões, 5% menor na visão anual,  justificada pela base de comparação difícil na parte de Energia, devido à forte acomodação de demanda no mercado de painéis solares, mas parcialmente compensado pela retomada de crescimento em Segurança (+13%).

Na ótica trimestral, houve um avanço notável (+25%), puxado pela robusta recuperação em Energia (+59%).

Fonte: Intelbras.

A margem bruta de 27% registrada no período (-1,4 p.p vs 4T22) foi afetada negativamente pelo reconhecimento de uma provisão na linha de custos, em função do reconhecimento de matérias primas no cálculo de obsolescência dos estoques. Trata-se de uma mudança de metodologia e não um impacto material sobre a dinâmica de resultados da Intelbras.

Sob a ótica ajustada, expurgando o efeito da provisão, a margem bruta teria sido de 30% (+1,2 p.p vs 4T22). O Ebitda foi de R$ 156 milhões (-3% vs 4T22), com margem de 13%, estável na comparação anual. Por fim, o lucro líquido no 4T23 atingiu R$ 150 milhões, queda de 7% na comparação anual. 

O que achamos dos resultados do 4T23 de Intelbras?

Em suma, gostamos dos números do 4T23 e acreditamos que ele trouxe perspectivas de um 2024 melhor para a Intelbras. Em Segurança, a retomada do crescimento de 2 dígitos, após crescer apenas 5% no 3T, dissipa a preocupação sobre uma desaceleração no segmento.

Do lado de Energia, apesar de abaixo do último ano, o bom crescimento trimestral de receita e a liquidação dos estoques com custo mais elevado colocam a divisão em uma dinâmica mais benigna este ano, que deve ter recomposição de margens.

Já em Comunicação (20% da receita consolidada em 2023), a leitura é mais difícil, dado que o crescimento em 2024 depende da performance das parcerias recém-formadas, mas as margens seguem saudáveis, em linha com o histórico.

Sustentada pelo múltiplo atrativo (10x lucros para 2024), expectativas mais positivas para este ano apoiadas pelo resultado do 4T23, ROIC superior a 20% e longo histórico de bons resultados, a Intelbras (INTB3) segue como recomendação da carteira.

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de Ações focada em Bancos e Instituições Financeiras, integra a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Mais de 5 anos de experiência em análise de empresas, com passagens pela Núcleo Capital e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, com certificações CFA, CNPI e CGA.