Nos últimos dias, mantivemos conversas com a equipe de Relações com Investidores da Intelbras (INTB3), o que reforçou nossa visão positiva para os próximos resultados da empresa. Acreditamos que a Intelbras apresentará números cada vez melhores ao longo do ano, com crescimento de receita e geração de caixa, mesmo mantendo margens relativamente estáveis no período.
Uma de nossas preocupações era o nível dos rios amazônicos, essenciais para o recebimento de insumos na fábrica de Manaus, que é focada no segmento de Segurança. Apesar de o nível da água já estar menor, os rios ainda estão em boas condições de navegabilidade, embora algumas manchetes mencionem o tema.
O período de seca mais severa, que afeta a navegação, geralmente começa em outubro e vai até janeiro; por isso, a Intelbras planejou receber todos os insumos necessários à produção antes disso, aprendendo com a severa seca do ano passado.
A empresa parece estar mais preparada para enfrentar mais um ano de seca, o que mantém nossa boa expectativa para o crescimento de receita nessa vertical, a maior da companhia. Vale lembrar que a fábrica de Manaus não é a única que abastece o segmento de Segurança, contando também com fábricas em Santa Catarina, Minas Gerais e fornecedores na Ásia.
A divisão de Energia deve crescer fortemente
A vertical de Energia deve mostrar um forte crescimento (duplo dígito), tanto pela fraca base de comparação do ano passado quanto pela normalização da demanda, após a Intelbras passar a trabalhar com equipamentos mais acessíveis.
Por sua vez, estimamos que a vertical de Comunicação deve voltar a apresentar um leve crescimento, interrompendo as quedas de receita, com a entrada em operação das novas parcerias, que devem impactar positivamente os resultados a partir do terceiro trimestre.
Com isso, a companhia deve mostrar um crescimento de receita cada vez mais robusto nos próximos trimestres, em nossa opinião. Isso pode desencadear uma reavaliação positiva do seu múltiplo de negociação, atualmente em 12 vezes o lucro estimado para 2024.
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Intelbras tem conseguido desviar da alta do dólar
Outra preocupação era a escalada do dólar, que poderia impactar negativamente a rentabilidade, já que cerca de 85% dos custos de produção são dolarizados, o que é comum na indústria de eletrônicos.
No entanto, a companhia trabalha com um estoque de cinco meses, de forma que os produtos sendo vendidos agora e no futuro próximo foram produzidos com um dólar mais baixo, o que deve proteger as margens nos próximos trimestres. Se o dólar permanecer alto por mais tempo, a empresa tem condições de repassar esses custos para os preços.
Em resumo, vale a pena comprar INTB3
A Intelbras é líder de mercado na maioria dos segmentos em que atua, permitindo aumentar os preços sem impactar severamente as vendas. Além disso, a empresa ajusta sua tabela de preços mensalmente, o que lhe dá flexibilidade e agilidade para fazer os ajustes necessários, com os concorrentes geralmente seguindo os ajustes de preço da Intelbras.
A companhia divulgará seu resultado do segundo trimestre de 2024 no final deste mês. Esperamos que esse seja um gatilho importante para a valorização da ação. Negociando a 11 vezes seu lucro estimado para 2025, mantemos Intelbras (INTB3) entre as recomendações da Empiricus Research.