Investimentos

Intelbras (INTB3) reporta crescimento forte no 3T24, com rentabilidade ainda pressionada por alta do dólar e seca

O balanço da Intelbras apresentou um baçanço trimestral abaixo das expectativas Veja o que fazer com as ações de INTB3.

Por Larissa Quaresma, CFA

29 out 2024, 11:37 - atualizado em 29 out 2024, 11:37

Intelbras (INTB3)

Imagem: Divulgação/Intelbras

A Intelbras (INTB3) divulgou seus números do 3T24, marginalmente abaixo da expectativa, nesta segunda-feira (28) após o fechamento do mercado.

O crescimento da receita da Intelbras acelerou, para +33% na visão anual, mas a pressão nas margens foi maior que esperado. O dólar maior, assim como os fretes inflacionados pela seca, machucaram os custos. Ainda assim, o lucro líquido, de R$ 129 milhões, cresceu 12% na visão anual.

Receita da Intelbras expandiu em todos os segmentos

A expansão da receita, que totalizou R$ 1,2 bilhão (+33% ano a ano), foi forte em todos os segmentos.

Em Segurança (+27%), o crescimento foi puxado pelo forte sell-out nos distribuidores, indicando que as vendas estão apenas acompanhando o ganho de mercado na ponta.

Em Comunicação (+38%), a receita foi acelerada pelas novas linhas de negócio anunciadas no final do ano passado, com retomada da presença junto aos provedores de internet e entrada nas redes corporativas.

Por fim, Energia (+44%) foi beneficiada não só pela fraca base de comparação, mas também pelo alto volume de projetos para geradores de energia solar on-grid, com preços agora mais baixos.

Margem bruta é pressionada com dólar e seca

No copo meio vazio, a margem bruta foi pressionada em todos os segmentos. A manutenção do dólar em um patamar elevado ao longo do trimestre, assim como os fretes mais caros por conta da seca no país, penalizaram a rentabilidade em Segurança e Comunicação. Já em Energia, a pressão veio da estratégia para os preços, que estão em patamar igual ou abaixo ao do ano passado. Com isso, a margem bruta consolidada se contraiu em 3 p.p. na visão anual. 

Como consequência, a margem EBITDA foi pressionada em 2 p.p. na mesma visão – a diluição das despesas foi insuficiente para compensar a pressão de margem bruta. O EBITDA foi de R$ 151 milhões (+17%), e o lucro líquido, R$ 129 milhões (+17%); ainda assim, fortes crescimentos.

Em resposta à seca no Brasil, a Intelbras antecipou a formação do estoque para garantir o abastecimento dos clientes até o começo de 2025, mesmo que o nível dos rios amazônicos continue baixo. Enquanto isso garante a manutenção do crescimento de receita em um patamar elevado, também diminui a geração de caixa no curto prazo. 

Ainda vale a pena investir em ações da Intelbras?

No todo, enxergamos que a retomada de crescimento é muito positiva; ao passo que as pressões em rentabilidade / geração de caixa nos parecem mais sazonais (seca) ou conjunturais (dólar alto).

Passada a temporada de seca e com os reajustes de preço promovidos pela companhia para repassar o dólar maior, podemos ver alguma recuperação da rentabilidade da Intelbras em 2025.

Negociando a 11,0x seu lucro estimado para 2025, ainda enxergamos uma relação risco-retorno positiva em ações INTB3, para qual mantemos recomendação de compra.

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Sobre o autor

Larissa Quaresma, CFA

Analista de ações há 10 anos, é responsável pela série As Melhores Ações da Bolsa e pela carteira mensal Empiricus 10 Ideias, além de integrar a equipe da Carteira Empiricus, o portfólio multimercado da casa. Ao longo da carreira, teve passagens pela Núcleo Capital, tradicional fundo de ações brasileiro, e pelo Credit Suisse. Administradora formada pelo Ibmec-MG, aluna visitante da Stanford University e com certificações CFA, CNPI e CGA.

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