Nesta segunda-feira (29) após o fechamento do mercado, a Intelbras (INTB3) reportou seus números do segundo trimestre, que trouxeram sentimentos mistos.
Na ponta positiva, a receita da Intelbras voltou a mostrar um belo crescimento (+22% anualmente), o que não víamos há vários trimestres.
Por outro lado, o dólar mais alto e desafios logísticos pressionaram a rentabilidade, fazendo com que o lucro líquido ficasse estável na comparação anual.
Acreditamos que os fatores de pressão são temporários, ao mesmo tempo em que as maiores taxas de crescimento devem continuar, o que nos leva a manter a visão positiva para INTB3.
Resultados da Intelbras (INTB3) no 2T24
A forte expansão de receita (+22%), para R$ 1,2 bilhão, ficou acima do que esperávamos, com bom desempenho em todas as verticais.
Segurança (+19%) foi impulsionada pela maior disponibilidade de estoque, uma estratégia ativa para contornar o baixo nível dos rios amazônicos após a disrupção na virada do ano.
Por sua vez, a introdução de novos produtos em Comunicação, principalmente Redes de Fibra Ótica, contribuiu para uma expansão de 16%.
Finalmente, a frente de Energia (+40%), embora beneficiada pela fraca base de comparação, está de volta ao patamar de venda normalizado.
A rentabilidade, por outro lado, ficou sob pressão: a margem bruta caiu 2,9 pontos percentuais na visão anual, para 31,5%, em função de Segurança e Comunicação.
No primeiro caso, pesou o custo dos insumos, em sua maioria dolarizados, assim como o maior custo logístico causado pela seca nas hidrovias amazônicas. No segundo caso, os novos produtos do portfólio ainda são importados, com custos em dólar, ao mesmo tempo em a companhia trabalha um preço de entrada em linha com o mercado.
Uma vez que a Intelbras passe a fabricar esses novos produtos, deveríamos observar melhora na rentabilidade de Comunicação.
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Despesas da INTB3 são controladas, mas lucro líquido cai 2,3% na margem
As despesas comerciais e administrativas ficaram bem controladas, o que compensou parcialmente a pressão em margem bruta.
Com isso, o EBITDA somou R$ 159 milhões, +16% na visão anual e com uma margem 0,9 p.p. mais baixa.
Por sua vez, o lucro líquido da Intelbras, que contou com um impacto adicional de variação cambial na despesa financeira, foi de R$ 118 milhões, estável na visão anual e com margem 2,3 p.p. menor.
A companhia tem alocado bastante caixa nos estoques, para garantir o abastecimento da fábrica de Segurança em Manaus (AM), o que viabiliza o forte crescimento observado, mas pesa sobre a geração de caixa, por outro lado.
O fluxo de caixa operacional foi positivo em R$ 9 milhões, um patamar baixo para o histórico da Intelbras, mas que entendemos como necessário dados os desafios logísticos. Na ponta positiva, o investimento no novo centro de distribuição em São José (SC) já terminou, o que deve contribuir para a geração de caixa livre nos próximos trimestres.
Apesar do segundo trimestre misto, temos uma boa expectativa para a segunda metade do ano. Acreditamos que a elevada taxa de crescimento da receita feio para ficar, enquanto vemos as pressões logísticas e cambiais como fatores temporários na rentabilidade.
Negociando a 11,5x seu lucro estimado para 2024, mantemos a recomendação de compra para Intelbras (INTB3).
Além do setor de comunicações, os analistas da Empiricus Research liberaram uma lista com 10 ações em diferentes setores da economia para buscar lucros neste mês. O relatório gratuito pode ser liberado aqui.