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Investir em Nike (NIKE34) depois de queda de 20% é uma boa oportunidade? Analista responde

A queda de 20% nas ações da Nike (NIKE34) deixaram o papel mais “barato”? Entenda por que analista não acredita que é hora de investir na companhia.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

22 jul 2024, 11:46 - atualizado em 22 jul 2024, 11:46

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Foto: Pixabay

A Nike (NIKE34) recentemente atingiu quase US$ 110 bilhões em valor de mercado, equivalente a mais de R$ 610 bilhões no câmbio atual do dólar. 

Esse valor representa uma queda de mais de 60% desde as cotações máximas da maior fabricante de artigos esportivos do mundo em receita, atingido no final de 2021. 

Para comparação, um valor de mercado mais baixo que o atual foi visto no auge da pandemia, quando a empresa chegou a valer menos de US$ 100 bilhões.

Enzo Pacheco, analista CFA da Empiricus Research, enxerga que a queda no preço das ações da Nike acontece em razão das perspectivas atuais da companhia.

“Se lá no pós-pandemia, em 2021, as pessoas estavam consumindo mais bens do que serviços, o cenário vem mudando agora que as pessoas estão podendo fazer mais coisas com o seu dinheiro, como viajar”, explica Pacheco. 

Nike está sofrendo as consequências de sua estratégia; entenda

No final de junho (dia 28), as ações da Nike desabaram 20% após um alerta de que suas vendas cairiam neste ano. Segundo Pacheco, decisões estratégicas da companhia levaram ela a este momento:

  • Aumento de estoque para atender à demanda do auge da pandemia;
  • Baixa inovação de produtos, sem acompanhar tendências como dos tênis de corrida;
  • Perdeu espaço para competidoras como On Holdings e Deckers. 

Nesta linha, Pacheco observa que a receita da Nike então destoou do resto do mercado, segundo reportado no último trimestre. Enquanto a empresa encarou uma receita 2% mais enxuta, outras competidoras obtiveram um aumento de mais de 20% no seu faturamento. 

Outra decisão da Nike que também pode ter influenciado os negócios foi a escolha de vender os produtos pelos canais diretos, avalia o analista. Apesar da margem maior, essa decisão enfrentou problemas como a logística, especialmente na indústria de calçados, onde a prova presencial dos itens ainda faz muita diferença para muitos consumidores, por questões de tamanho e conforto. 

“Isso acabou impactando a lucratividade da companhia, a margem bruta, que significa o quanto que a empresa cobre pelos seus produtos, menos o custo de produção. Esse número está bem abaixo das suas principais concorrentes,” avalia Pacheco.

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Nike está “barata”? Veja as expectativas do mercado 

No último resultado, a empresa demonstrou uma projeção da diretoria de menor ritmo de crescimento para o próximo ano. Apesar das expectativas de melhora com grandes eventos esportivos chegando, como a Eurocopa, Olimpíadas e Copa América, a empresa reviu suas métricas de receita para um nível de estabilidade ou até queda de 5% no faturamento.

“Um leve crescimento de 1% no último trimestre, seguido das quedas, também abalou a confiança de investidores na capacidade de reestruturação da direção, o que resultou, enfim, na queda de 20% no preço da ação”, recapitula o analista.

Além disso, a perspectiva de margem bruta se mantém nos números atuais, enquanto as concorrentes estão bem à frente da Nike.

“Acho que não vale a pena investir em Nike agora, a empresa ainda precisa reconquistar a confiança dos investidores,” comenta Pacheco, e completa: “Mas isso não quer dizer que não existam boas oportunidades de investimento hoje no mercado internacional em ações estrangeiras.”

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Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.