O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (12), mostrou avanço de 0,28% na inflação no último mês.
O número veio levemente abaixo do consenso de mercado, de 0,29%, e foi influenciado principalmente pela alta do grupo de Alimentação e Bebidas (+0,63%), o que já era esperado.
No acumulado de 12 meses, a inflação arrefeceu para 4,68%, contra 4,82% no mês anterior.
Ainda vale a pena investir em títulos indexados ao IPCA?
Neste contexto de desinflação gradual, os investidores podem se questionar se ainda dá tempo de investir em títulos de renda fixa atrelados à inflação.
Antes, para os menos familiarizados, os títulos Tesouro IPCA+ (NTN-B Principal) e Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (NTN-B) têm rentabilidade vinculada à variação do IPCA acrescido dos juros definidos no momento da compra (veja mais detalhes aqui).
Nos últimos meses, o acréscimo de juro chegou a ficar acima de 6% para os títulos de maior prazo, o que tornou Tesouro IPCA+ o “queridinho” dos investidores.
Agora, os títulos garantem retornos de até IPCA + 5,73% ao mês (confira na tabela abaixo).
Apesar do arrefecimento gradual da inflação, o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, ainda vê atratividade nesses títulos.
“Se não tem, recomendo que o faça, porque estruturalmente vale muito a pena ter posições em títulos indexados à inflação. O juro real brasileiro costuma pagar bem, em especial nos patamares atuais”, afirmou em entrevista ao Giro do Mercado.
Para Spiess, dentre as opções, os melhores títulos são aqueles com vencimento mais longos – em 2035, 2040, 2045 ou 2055.
“Me refiro especificamente aos mais longos, que ainda tem muita gordura para queimar por conta desse receio fiscal que está sobre o mercado. Quem segura esses títulos de longo prazo costuma vencer o Ibovespa e os fundos de ações. É um tipo de investimento ganhador, principalmente nesse patamar de juro real longo acima de 5,5%”.
- [Carteira recomendada] Conheça as 10 ações recomendadas pela equipe da Empiricus Research para buscar lucros na bolsa nos próximos meses. Clique aqui para acessar o relatório gratuito.
IPCA de novembro não interfere na decisão do Copom
Para o investidor de renda variável, o IPCA de novembro ficou um tanto quanto escanteado às vésperas da Super Quarta, em que o banco central do Brasil e o Fed, nos EUA, vão divulgar as decisões de juros.
Na visão de Spiess, o IPCA de novembro não deve influenciar a reunião do Copom, que já está em andamento. É consenso para o mercado que o BC deve seguir o ritmo de corte em 50 pontos-base.
“A curva de juros continua cedendo em termos de prêmios, em especial nos vértices mais curtos. Inclusive, dentre as maiores altas da bolsa estão alguns nomes do setor de consumo. O evento não foi muito bem absorvido pelo mercado porque já estava antecipado e foi em linha com as projeções. Às vésperas de uma reunião de política monetária tão importante como a de amanhã, acabou sendo um não evento”, afirmou.
No Giro do Mercado, o analista também comentou sobre o dado de inflação nos EUA e deu mais detalhes sobre o que esperar dos bancos centrais amanhã. Confira no vídeo abaixo: