Investimentos

Irani (RANI3) registra lucro líquido expressivo no 1T22, demonstra resiliência e segue com investimentos em expansão

Companhia do setor de celulose tem investido forte na expansão de sua capacidade produtiva; upside de RANI3 é de 80%, segundo analistas

Por Mateus Cerqueira

13 maio 2022, 15:44 - atualizado em 13 maio 2022, 16:53

Imagem do logotipo da empresa Irani abaixo de rolos de papel
Imagem/divulgação

A Irani (RANI3), uma das principais indústrias de papel e embalagens do país, registrou no 1T22 lucro líquido expressivo de R$ 112,1 milhões, alta de 97% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando obteve R$ 56,7 milhões. 

A receita líquida da empresa chegou a R$ 408 milhões, alta de 14,5% em comparação ao mesmo período de 2021, quando alcançou R$ 356 milhões. 

O balanço positivo no 1T22 se deve à boa performance de vendas e preços praticados em todos os segmentos em que atua, segundo relatório da série Ações Exponenciais, liderada por Henrique Florentino.

Imagem: divulgação site Irani

Segundo o analista, a companhia apostou na manutenção dos seus preços junto aos seus distribuidores nos três primeiros meses do ano. A lógica por trás dessa ação foi diminuir a competitividade feroz entre revendedores, mitigando  o risco de diminuição de lucros. 

“A companhia priorizou a manutenção de preços na maior parte de seus contratos em detrimento da queda do volume, pois em um cenário de normalização, é mais fácil recuperar o volume de vendas do que aumentar os preços”, comenta Florentino.

Projeto de expansão em andamento

Imagem: divulgação site Irani

Desde 2020, a companhia está com um projeto de expansão e modernização de suas unidades e maquinário, responsável pelo processamento e fabricação de embalagens. Apelidado de Plataforma Gaia, o projeto prevê a ampliação da competitividade, produção e suficiência energética da companhia, além da diminuição de custos.

Conforme Florentino, o primeiro ciclo está prestes a ser concluído, já no ano de 2023, focado na unidade de Campina da Alegria, em Vargem Bonita (SC), com um investimento total estimado em R$ 94,7 milhões. Seguido do segundo ciclo que teve início em 2021 e vai até 2024, com uma aplicação total estimada em R$ 2 milhões, dividido entre as unidades de Campina da Alegria (SC) e Indaiatuba (SP).

Segundo ele, a elevação do endividamento da companhia nesse 1T22 “se deve ao aumento dos desembolsos com os investimentos realizados no projeto Gaia”, comenta na publicação. Ao final de março, a dívida da RANI3 ficou em R$ 477,9 milhões, seguido de de uma dívida líquida/Ebitda de 0,90% no mesmo período.

“No entanto, com uma forte geração de caixa, o patamar de endividamento atual é muito saudável e ainda tem espaço para ser elevado caso existam projetos de investimentos com retornos atrativos”, destaca Henrique Florentino. 

O que os resultados apontam?

O analista da Empiricus afirma ainda que os resultados do 1T22 Irani (RANI3) mostraram a resiliência da companhia mesmo em um cenário de demanda um pouco mais pressionada. 

“Isso sinaliza que em uma eventual estabilização da demanda e oferta, as margens da companhia tendem a permanecer em patamar elevado, o que aumenta a sua capacidade de realizar investimentos em projetos com retornos atrativos e manter sua capacidade de gerar valores aos acionistas”.

A ação da produtora de embalagens de papel segue como uma das principais posições na carteira Ações Exponenciais, da casa. Cotada a R$ 7,10, o preço alvo da RANI3 é de 13,01, o que representa um upside de mais de 80%.

Sobre o autor

Mateus Cerqueira

Jornalista em formação pela Universidade de São Paulo. É integrante da equipe de conteúdo da Empiricus. Teve passagem pela Jornalismo Júnior (ECA-USP) e já atuou como assistente de comunicação na Força Área Brasileira.