A Irani (RANI3), uma das principais indústrias de papel e embalagens do país, registrou no 1T22 lucro líquido expressivo de R$ 112,1 milhões, alta de 97% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando obteve R$ 56,7 milhões.
A receita líquida da empresa chegou a R$ 408 milhões, alta de 14,5% em comparação ao mesmo período de 2021, quando alcançou R$ 356 milhões.
O balanço positivo no 1T22 se deve à boa performance de vendas e preços praticados em todos os segmentos em que atua, segundo relatório da série Ações Exponenciais, liderada por Henrique Florentino.
Segundo o analista, a companhia apostou na manutenção dos seus preços junto aos seus distribuidores nos três primeiros meses do ano. A lógica por trás dessa ação foi diminuir a competitividade feroz entre revendedores, mitigando o risco de diminuição de lucros.
“A companhia priorizou a manutenção de preços na maior parte de seus contratos em detrimento da queda do volume, pois em um cenário de normalização, é mais fácil recuperar o volume de vendas do que aumentar os preços”, comenta Florentino.
Projeto de expansão em andamento
Desde 2020, a companhia está com um projeto de expansão e modernização de suas unidades e maquinário, responsável pelo processamento e fabricação de embalagens. Apelidado de Plataforma Gaia, o projeto prevê a ampliação da competitividade, produção e suficiência energética da companhia, além da diminuição de custos.
Conforme Florentino, o primeiro ciclo está prestes a ser concluído, já no ano de 2023, focado na unidade de Campina da Alegria, em Vargem Bonita (SC), com um investimento total estimado em R$ 94,7 milhões. Seguido do segundo ciclo que teve início em 2021 e vai até 2024, com uma aplicação total estimada em R$ 2 milhões, dividido entre as unidades de Campina da Alegria (SC) e Indaiatuba (SP).
Segundo ele, a elevação do endividamento da companhia nesse 1T22 “se deve ao aumento dos desembolsos com os investimentos realizados no projeto Gaia”, comenta na publicação. Ao final de março, a dívida da RANI3 ficou em R$ 477,9 milhões, seguido de de uma dívida líquida/Ebitda de 0,90% no mesmo período.
“No entanto, com uma forte geração de caixa, o patamar de endividamento atual é muito saudável e ainda tem espaço para ser elevado caso existam projetos de investimentos com retornos atrativos”, destaca Henrique Florentino.
O que os resultados apontam?
O analista da Empiricus afirma ainda que os resultados do 1T22 Irani (RANI3) mostraram a resiliência da companhia mesmo em um cenário de demanda um pouco mais pressionada.
“Isso sinaliza que em uma eventual estabilização da demanda e oferta, as margens da companhia tendem a permanecer em patamar elevado, o que aumenta a sua capacidade de realizar investimentos em projetos com retornos atrativos e manter sua capacidade de gerar valores aos acionistas”.
A ação da produtora de embalagens de papel segue como uma das principais posições na carteira Ações Exponenciais, da casa. Cotada a R$ 7,10, o preço alvo da RANI3 é de 13,01, o que representa um upside de mais de 80%.