A Magazine Luiza (MGLU3), um dos principais players de ecommerce do país, divulgou ontem (14) os seus números referentes ao resultado do 2T23, que vieram abaixo da expectativa do mercado.
A companhia conta com quatro pilares bem-definidos para a formação de seu ecossistema: Commerce, Logística, Magalu Pay e Magalu Ads, que juntos, foram responsáveis pelo faturamento líquido de R$ 8,6 bilhões no período – estabilidade em relação ao mesmo período do ano anterior, mesmo com o evento Americanas.
A Magalu atingiu R$ 14,7 bilhões em vendas totais (+6%).
Confira o desempenho por vertical
Começando pela vertical de commerce, a Magalu atingiu mais de R$ 11 bilhões em vendas nos canais digitais, o que implica em um crescimento de 7% contra uma queda de 15% do mercado online brasileiro, ou seja, houve ganho de participação de mercado por mais um trimestre.
Para suportar a operação online, onde R$ 4,2 bilhões em vendas foram oriundas do 3P, a logística da companhia vem sendo melhorada trimestre a trimestre. Atualmente são 228 centros de distribuição e cross-docking, além das lojas que também são utilizadas para este fim. Hoje, o marketplace é o segundo maior canal da companhia em GMV, atrás apenas das vendas digitais 1P. Essa linha de atuação alcançou a marca de 300 mil sellers e possui um catálogo com mais de 106 milhões de ofertas disponíveis para venda.
Já as lojas físicas, que historicamente são os motores de rentabilidade da companhia, apresentaram um resultado decepcionante por mais um trimestre. As vendas totalizaram R$ 4 bilhões, crescimento de 3% comparado ao 2T22 e o desempenho das vendas mesmas lojas foi de apenas 2,1%. Atualmente, a companhia conta com mais de 1.300 lojas físicas em 20 estados brasileiros. Vale destacar que 28% dos pedidos do marketplace são retirados nas lojas físicas.
Já sobre o MagaluPay, a fintech processou R$ 23,9 bilhões em transações, crescimento de 9%. A carteira de crédito atingiu R$ 20 bilhões e a base de cartões atingiu 6,9 milhões. O lado positivo é que a inadimplência de curto prazo, que vinha causando um impacto significativo nos resultados, começou a melhorar. No trimestre, a taxa foi de 3,5%, uma melhora de 0,2 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre desse ano.
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Magazine Luiza tem prejuízo de R$ 199 milhões no 2T23
Com isso, a Magazine Luiza apresentou uma margem ebitda de 5,1% (aumento de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e queda de 0,6 ponto percentual em bases anuais).
O ebitda do trimestre foi de R$ 440 milhões e o resultado líquido foi um prejuízo de R$ 199 milhões, influenciado principalmente pelo aumento da taxa de juros, que impactou o resultado financeiro – esse foi o sexto trimestre seguido de prejuízo reportado pela companhia.
O ponto positivo do resultado foi a geração de caixa da companhia e a renovação de acordo com a Cardif por 10 anos, o que aumentou em mais de R$ 1 bilhão a sua posição de caixa.
Embora o cenário permaneça desafiador para a companhia, optamos por ter uma aposta pequena nos papéis na Carteira 10 Ideias recomendada pela Empiricus para o mês de agosto.
Em termos de valuation, a Magazine Luiza (MGLU3) negocia a 8 vezes o valor da firma sobre o ebitda de 2024.