A Magazine Luiza (MGLU3), um dos principais players de e-commerce do país, divulgou na quinta-feira (10) os seus números referentes ao 3T22, que vieram levemente abaixo da expectativa do mercado, apesar de alguns bons indícios.
A companhia conta com quatro pilares bem-definidos para a formação de seu ecossistema: Commerce, Logística, Magalu Pay e Magalu Ads, que juntos, foram responsáveis pelo faturamento líquido de R$ 8,8 bilhões no período – crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Começando pela vertical de commerce, a Magalu atingiu mais de R$ 10 bilhões em vendas nos canais digitais, o que implica em um crescimento de 3% contra uma queda de 10,5% do mercado online brasileiro. Desse modo, a participação de mercado da companhia no online cresceu 3,2 pontos percentuais no período, muito explicado pela incorporação do Kabum. As vendas do marketplace totalizaram R$ 3,5 bilhões, amparada pela entrada da plataforma em novas categorias, como moda, casa e jardim e esportes.
Lojas físicas seguem pressionadas pela inflação
Já as lojas físicas, que historicamente são os motores de rentabilidade da companhia, apresentaram vendas de R$ 4 bilhões no trimestre (+1% contra o 3T21) e seguiram pressionadas pela inflação e pela menor demanda por eletrodomésticos. Dessa forma, o indicador de vendas mesmas lojas decepcionou mais uma vez, apresentando queda de -3,6% no período.
Para suportar a operação online, onde 34% das vendas são oriundas do 3P dos mais de 236 mil sellers, a logística da companhia foi amplificada. Atualmente são 23 centros de distribuição e 246 unidades de cross-docking, além das 1.430 lojas que também são utilizadas para este fim. Com isso, o nível de serviço melhorou e os prazos de entrega foram reduzidos. De acordo com a companhia, 41% dos pedidos 3P são entregues em até 48 horas, contra 28% registrados há um ano. Importante mencionar que esses avanços não pressionaram as despesas operacionais no trimestre.
Magalu Pay cresce 20%, mas esbarra na inadimplência
Já sobre o Magalu Pay, a fintech processou R$ 22,1 bilhões em transações, crescimento de 20% na comparação anual. Assim como temos observado nos resultados dos bancões, houve um aumento importante na inadimplência e, por conseguinte, de mais de 200% na PDD na LuizaCred, que reportou um prejuízo de R$ 30 milhões.
O último pilar é o Magalu Ads, que embora incipiente no resultado consolidado da companhia, ainda pode trazer boas oportunidades. No trimestre, mais de 1,5 mil sellers lançaram campanhas através dessa vertical.
Hora de comprar MGLU3?
Mesmo com a desaceleração das lojas físicas e um resultado morno do e-commerce, a companhia apresentou uma melhora importante na margem ebitda, que atingiu 6% (aumento de 1,9 pontos percentuais no período) e foi impulsionada pela melhoria de margem bruta. O ebitda do trimestre foi de R$ 528 milhões.
Já o resultado líquido foi um prejuízo de R$ 146 milhões, influenciado principalmente pelo aumento da taxa de juros, que impactou o resultado financeiro.
Apesar da melhoria operacional e da geração de R$ 324 milhões de caixa operacional em função de ajustes no capital de giro, o cenário segue desafiador para a companhia e para as demais empresas do setor.
Dessa forma, optamos por acompanhar o desenrolar dessa história de fora. A Magazine Luiza (MGLU3) negocia a 11 vezes o valor da firma sobre o ebitda de 2023.
Confira a análise completa de Fernando Ferrer: