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Magazine Luiza (MGLU3) e mais varejistas derretem após alta da Selic; veja outra ação do setor para se proteger deste cenário

A ‘ressaca’ da nova Taxa Selic atingiu as principais varejistas da bolsa brasileira. Veja como analista recomenda se proteger do cenário.

Camila Paim Figueiredo Jornalista

Por Camila Paim

12 dez 2024, 14:35 - atualizado em 12 dez 2024, 14:35

MAGAZINE LUIZA MGLU3 VAREJO

Imagem: iStock/ Leonidas Santana

Nesta quinta-feira (12), as ações da Magazine Luiza (MGLU3) derretiam quase 8% por volta das 13h30. A varejista reagia à alta da Selic em mais 100 pontos-base após a reunião do Copom nesta semana. A taxa de juros agora reside em 12,25% ao ano. 

Junto com Magalu, outras ações de varejistas também caíam na bolsa:

  • Casas Bahia (BHIA3): – 5,26%
  • Petz (PETZ3): – 6,42%
  • Americanas (AMER3): – 4,16% 
  • Lojas Renner (LREN3): – 4,17%
  • Assai (ASAI3): – 6,96%
  • *Dados do Google Finance às 13h30

Taxa Selic a 12,25% ao ano derruba varejistas

Na noite da quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu elevar mais uma vez a taxa Selic. A decisão estava entre 0,75 ou 1,0 ponto porcentual.

Após o anúncio da decisão, os dirigentes do Banco Central também deram a entender que é provável que a taxa tenha mais dois ajustes de 1 ponto porcentual nas próximas duas reuniões, chegando ao patamar de 14,25% ao ano no fim de março de 2025.

Com a elevação das taxas de juros, as varejistas encaram um cenário mais pessimista para os seus negócios, tendo que lidar com um crédito mais elevado e um menor apetite dos consumidores.

“Estas companhias brasileiras, que dependem do mercado interno, já esperam naturalmente uma desaceleração de receita e de resultados operacionais, junto com a pressão de elevação da Selic sobre o pagamento de juros e redução do lucro líquido”, explica Ruy Hungria, analista de ações da Empiricus Research. 

MGLU3 fora da carteira: analistas da Empiricus Research preferem outra varejista

Em meio ao movimento de queda generalizada, as ações do Grupo SBF (SBFG3) também foram abaladas pela Selic, registrando uma queda de cerca de 6%. 

Contudo, o analista Henrique Cavalcante, também da Empiricus Research, acredita que a companhia dona da Centauro e representante da Nike no Brasil é um ativo interessante para a carteira de ações. 

“Com marcas fortes, estrutura logística agora 100% própria e o ‘novo’ app da Nike, temos boas razões para acreditar que a SBF entregará bons números de vendas, com uma queda sazonal de margem bruta”, comenta Cavalcante. Além disso, ele salienta que o balanço trimestral do 4º tri ainda deve refletir os bons resultados de vendas na Black Friday e no Natal. 

Para 2025, a companhia anunciou que o seu foco seguirá na maximização do lucro líquido mesmo após o avanço expressivo já registrado – o lucro de SBFG3 no 3T24, por exemplo, cresceu 62% anualmente – e melhor do que o planejado inicialmente pela gestão. 

Aperto monetário ainda pode prejudicar a SBFG3

No macro, a precificação de um aperto monetário bem maior do que o projetado há algumas semanas machuca o preço dos ativos. “Mesmo após um ótimo resultado, as ações SBFG3 enfrentam uma queda acentuada, intensificada pela menor liquidez e características mais cíclicas do negócio”, explica Cavalcante. 

Apesar das adversidades, o analista ainda está confiante de que a empresa está preparada para entregar mais um bom ano. “Nos últimos 18 meses, o Grupo SBF conquistou um balanço forte, uma operação mais rentável e com baixa alavancagem financeira (0,8x DL/Ebitda). Somado a isso, a postura ainda conservadora em relação ao crescimento, se mostra ainda mais acertada”, afirma. 

Além disso, o analista enxerga SBFG3 negociando a um valuation atrativo de 6x os lucros projetados para 2025, desconto importante em relação aos pares. A ação do Grupo SBF segue na carteira de Melhores Ações da Bolsa recomendadas pela equipe de analistas da Empiricus Research. 

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Camila Paim Figueiredo Jornalista

Sobre o autor

Camila Paim

Jornalista formada na Universidade de São Paulo (USP), com mobilidade acadêmica na Université Lumière Lyon 2 (França). Trabalhou com redação de jornalismo econômico e mercado financeiro, webdesign e redes sociais, além de escrever sobre gastronomia e literatura.