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Magazine Luiza (MGLU3) vai deixar de ‘bater de frente’ para ‘pegar carona’ com a expansão da AliExpress no Brasil, aponta analista

O Magazine Luiza (MGLU3) fechou uma parceria com a AliExpress para compartilhamento de marketplace; veja se vale a pena investir

Isabelle Santos

Por Isabelle Santos

25 jun 2024, 16:54 - atualizado em 25 jun 2024, 16:54

magalu (MGLU3) e aliexpress
Imagem: Wikimedia Commons / Montagem: Empiricus Research

Depois da aprovação da “taxa das blusinhas”, o Magazine Luiza (MGLU3) parece ter encontrado uma estratégia mais interessante para “driblar” a concorrência asiática.

Na última segunda-feira (24), a companhia anunciou uma parceria com o AliExpress (BABA). A partir do terceiro trimestre deste ano, as varejistas vão compartilhar seus respectivos marketplaces para a venda de produtos.

A varejista chinesa vai comercializar produtos da linha “Choice” na plataforma do Magalu. Trata-se do serviço premium da empresa que oferece itens de beleza, eletrônicos e escritório com o melhor custo-benefício e velocidade de entrega, segundo o comunicado. 

Por sua vez, o Magazine Luiza vai utilizar a plataforma do AliExpress para vendas em território nacional. A varejista brasileira pretende comercializar produtos da categoria de bens duráveis.

A parceria entre as empresas foi bem recebida pelos mercados. Diante da notícia, as ações do Magalu encerraram o pregão de ontem (25) com alta de 12,38%

O acordo e a disparada das ações da varejista podem despertar nos investidores memórias de um passado não tão distante de intensa valorização do papel. E a pergunta que fica é: 

Vale a pena investir no Magazine Luiza (MGLU3) agora?

Para a analista da Empiricus Research Larissa Quaresma, a parceria entre Magazine Luiza e AliExpress é positiva. Ela explica que uma das principais preocupações do ambiente competitivo de e-commerce do Brasil é a expansão das chinesas.

Vale lembrar que, no início de junho, foi aprovada no Senado a cobrança de 20% de imposto sobre as compras internacionais de até US$ 50. A medida, que ficou conhecida como “taxa das blusinhas”, foi em parte, uma reivindicação das varejistas brasileiras. 

Acontece que a chegada das plataformas chinesas ao Brasil se tornou uma ameaça para as empresas nacionais, visto que essas companhias conseguem oferecer produtos por preços bem menores, mesmo vindo de outros países. 

Nesse sentido, a “taxa das blusinhas” seria uma forma de proteger a indústria nacional. Contudo, já na época da aprovação, Quaresma destacou que, embora a medida pudesse beneficiar as varejistas brasileiras que atendem as classes B- para baixo, como é o caso do Magalu, a competição não deixaria de acontecer e as empresas precisariam se adaptar.

Ao que tudo indica é o que o Magazine Luiza está fazendo. Na visão da analista, “ao firmar essa parceria, a companhia deixa de bater de frente com um forte concorrente e passa a pegar carona na expansão dele no país”, pontua. 

Quaresma ainda destaca que, com o acordo entre as varejistas, o Magalu dará vazão aos seus produtos, especialmente de bens duráveis, por meio da plataforma do AliExpress. 

Ao mesmo tempo, a parceria permite que a companhia amplie o sortimento de produtos disponíveis em seu marketplace.

Entretanto, a avaliação da analista para as ações do Magazine Luiza (MGLU3) é neutra. Ou seja, para Larissa Quaresma não é hora de comprar nem vender as ações da varejista. 

Segundo ela, há outras empresas do setor que são menos cíclicas e mais independentes do momento da economia para investir agora. 

Pensando nisso, a analista recomendou 2 varejistas na carteira que reúne as 10 melhores ações para comprar neste momento.

2 VAREJISTAS OUTRAS 8 AÇÕES PARA COMPRAR AGORA

2 ações do varejo para comprar agora

Embora a parceria com o AliExpress seja positiva para o Magazine Luiza, o setor ainda continua sendo impactado pelos juros altos e as incertezas na política fiscal.

Nesse sentido, Larissa Quaresma já havia pontuado que existem duas características que o investidor deve buscar ao selecionar ações do varejo para investir: 

  • Empresas de alta qualidade; e 
  • Que tem motores próprios de geração de valor

Ou seja, companhias que dependem menos do cenário macroeconômico, da taxa atual de juros e da taxação das compras internacionais para continuar crescendo. 

Nesse contexto, a analista recomendou 2 ações do varejo para comprar agora. Diferentemente dos nomes mais populares do setor, essas companhias são consideradas “classe A”

Trata-se de varejistas do segmento luxo, isto é, empresas que atendem a um público com maior poder aquisitivo e que, por isso, não sofrem tão diretamente com a concorrência chinesa. 

São empresas sólidas, com histórico de resiliência em diferentes períodos do ciclo econômico e que, neste momento, estão com um valuation atrativo. Em outras palavras, estão com desconto em relação ao seu preço justo. 

Para se ter uma ideia, uma das varejistas recomendadas fechou o pregão de ontem (25) negociando a R$ 11,81. Mas, na visão dos analistas da Empiricus, o preço justo dessa ação é de R$ 27. Ou seja, estamos falando de um potencial de valorização de 128%

Contudo, as ações do varejo recomendadas pela casa representam apenas 15% da carteira. Isso quer dizer que elas estão ali para “apimentar” o portfólio que contém outras 8 ações de diferentes setores para diversificar os seus investimentos, além de oferecer potencial de retorno e proteção. 

A boa notícia é que você pode conhecer a carteira completa de forma gratuita. A Empiricus, empresa do Grupo BTG Pactual, está liberando como cortesia o acesso às 10 melhores ações para comprar agora

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Isabelle Santos

Sobre o autor

Isabelle Santos

Comunicóloga formada pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). É redatora do Money Times, Seu Dinheiro e Empiricus.