Ontem (6), após o fechamento do mercado, o Itaú (ITUB4) reportou seus números do 1T24, que vieram marginalmente acima da expectativa (veja aqui quais outras empresas divulgam resultados nesta semana).
O balanço foi apoiado pela redução da inadimplência e pela melhor eficiência operacional da história do banco, o que nos deixa confiantes de que o guidance de 2024 será atingido.
Pequenas e médias empresas puxaram para cima carteira de crédito ampliada
A carteira de crédito ampliada cresceu 5,6% na visão anual e 1,0% na trimestral, excluindo variações cambiais.
A expansão foi puxada pelas linhas de crédito a pequenas e médias empresas (+10%) e grandes empresas (+9%), já que a companhia segue limpando a carteira de pessoas físicas (+3%) para sair do risco de clientes que destroem valor.
Por um lado, esse esforço desacelerou o crescimento do crédito; por outro, melhorou o índice de atraso em 1 p.p. e a rentabilidade do banco de varejo, em 3 pontos percentuais, desde 2022. O saldo, portanto, parece positivo.
Maior volume de captação e spreads maiores favoreceram a margem financeira do Itaú
A margem financeira com clientes, que consiste na receita de juros líquida do custo de captação, cresceu 7,4% anualmente (ou +9,4% excluindo a operação da Argentina, vendida em meados do ano passado), para R$ 25,8 bilhões.
Essa alta se deve ao avanço da carteira de crédito, ao maior volume de captação e aos spreads maiores – estes últimos uma surpresa positiva, dado que o guidance de 2024 implica uma ligeira redução de spread em função do juro menor.
Por sua vez, a margem com o mercado, que reflete as operações de tesouraria, teve uma evolução importante: +64% anualmente, para R$ 1,1 bilhão, na direção das projeções do banco para o ano.
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Inadimplência do segmento de pessoa física segue melhorando
O custo de inadimplência, destaque positivo do resultado, caiu 3% contra o mesmo período do ano passado, para R$ 8,8 bilhões.
A redução se deve ao índice de atraso menor, além de menos descontos concedidos e maior recuperação de créditos anteriormente baixados a prejuízo.
A melhora segue vindo principalmente do segmento de pessoa física, como esperávamos. Com isso, a margem financeira total após inadimplência ficou em R$ 17,0 bilhões, com estabilidade do spread ajustado ao risco em 5,8%.
Receitas de serviços e seguros foram impulsionadas pelo investment banking
As receitas de serviços e seguros cresceram 6,7% na visão anual, excluindo a Argentina, para R$ 13,1 bilhões.
A alta foi puxada principalmente pelo investment banking, que cresceu 71%, com mais emissões de renda fixa, como esperávamos.
Ajudaram também os ganhos com cartões (+5%) e o resultado de seguros (+10%), que cresceu com maior venda de apólices.
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Índice de eficiência do Itaú atingiu melhor patamar histórico
Segundo destaque positivo do resultado, as despesas operacionais cresceram 4,3% no ano, ou +6,4% excluindo a Argentina, abaixo do crescimento das receitas. Isso levou o índice de eficiência, que relaciona essas despesas com as receitas, para 38,3%, o melhor patamar da série histórica.
Com isso, o lucro líquido foi de R$ 9,8 bilhões, 15,8% superior ao do 1T23 e com uma expansão do ROE (retorno sobre patrimônio líquido), para 21,9%.
Nossa visão sobre o balanço do 1T24 do Itaú
No geral, consideramos os resultados positivos, com spreads e eficiência ligeiramente melhores que a expectativa, apoiando a expansão de rentabilidade (que já era alta).
Os números nos deixam confiantes de que o banco atingirá o guidance do ano, que implica um lucro líquido de ~R$ 40 bilhões em 2024.
ITUB4 negocia a 1,7x seu valor patrimonial, um prêmio de 88% sobre Bradesco, o que, na nossa opinião, foi mais uma vez justificado – o banco da Cidade de Deus entregou um ROE de apenas 9,5% no 1T24.
Seguimos com a recomendação de compra para Itaú Unibanco (ITUB4), presente em diversas carteiras recomendadas da Empiricus Research.
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